A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura (Contag) repudia de forma veemente o assassinato de Décio Vitor Leôncio, 25 anos, na última sexta-feira (14), no município de Porto dos Gaúchos (MT). O sindicalista foi morto a pauladas na sua própria residência por pessoas ainda não identificadas pela polícia local.
Décio Vitor trabalhava há cinco anos no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Porto Gaúcho e era responsável pela condução das negociações referentes à desapropriação da Fazenda Mandaguari. A luta pela posse da terra no município gerou um acampamento de 350 trabalhadores sem-terra, que há cinco anos estão aguardando para serem assentadas.
O sindicalista integrava uma lista de trabalhadores e trabalhadoras rurais marcadas para morrer no Estado de Mato Grosso. O Sindicato de Trabalhadores Rurais e a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura de Mato Grosso (Fetagri/MT) denunciaram na segunda semana de setembro uma outra lista de cinco sindicalistas ameaçados de morte no município de Confresa em função da desapropriação da Fazenda Bordolândia.
A Contag considera inadmissível que em plena vigência do Estado Democrático de Direito sindicalistas continuem sendo assassinados devido à luta pelo direito elementar de acesso a terra. A luta pela reforma agrária é legítima, tem respaldo na Constituição Federal brasileira e não pode ser alvo de perseguições, torturas e mortes.
Neste sentido, a Contag vem a público para denunciar o assassinato do companheiro Décio Vítor, para protestar contra a impunidade que grassa no campo e ceifa a vida de centenas de sindicalistas e para cobrar das autoridades públicas em nível estadual e federal imediatas e enérgicas medidas para prender e processar os executores e mandantes desse crime bárbaro e selvagem. A Contag também reitera a necessidade de o governo federal e o Poder Judiciário acelerarem os processos de desapropriação de terra, pois a morosidade na implementação da reforma agrária continua sendo a causa principal dos assassinatos de sindicalistas no campo.
Diretoria da Contag