Passado um ano da realização da 4ª Marcha das Margaridas, mulheres dirigentes sindicais e representantes de organizações parceiras da Marcha se reuniram para debater sobre democracia, poder e participação política das mulheres, avaliar a efetivação das medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff no ano passado e continuar o diálogo e negociação dos pontos pendentes da pauta da Marcha com o governo federal. Estas atividades integram a agenda da Jornada das Margaridas, realizada de 30 de julho a 3 de agosto, em Brasília. “Para nós, é bastante significativo estarmos de volta em Brasília no dia 1º de agosto para combinarmos pressão, negociação, reflexão e articulação da plataforma política das mulheres depois da realização da Marcha das Margaridas. Não queremos que a pauta da Marcha fique adormecida no governo. Se depender de nós ficará aquecida, viva e permanente”, promete Carmen Foro, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG. O seminário nacional, que aconteceu nos três primeiros dias, debateu entre tantos assuntos, a reforma política, eleições 2012, paridade de gênero, relações de poder e disputa por projetos políticos. A atividade contou a participação de lideranças feministas, como Sílvia Camurça (SOS Corpo) e a deputada federal Janete Pietá (PT-SP), dentre outras. “A nossa plataforma da Marcha das Margaridas será objeto de todo o debate das eleições, do comprometimento das candidaturas que vão acontecer em âmbito municipal. Não entraremos nas eleições de qualquer jeito, faremos um olhar comprometido com as nossas candidaturas a vereadores(as), prefeitos(as) e vice-prefeitos(as)”, afirma a secretária. Já nesta quinta-feira (2 de agosto), as mulheres finalizaram a avaliação das negociações da pauta da Marcha das Margaridas até o momento, bem como a percepção das conquistas e as suas implementações. “A primeira conclusão que temos é que entre o que é anunciado e o que chega na ponta para as mulheres tem um longo caminho. Reconhecemos avanços como o montante de recursos liberados para o PAA e PNAE, por exemplo. Mas, queremos garantir uma mesa de negociações permanente da nossa pauta para recolocarmos questões que na nossa avaliação precisam ser atendidas ou melhoradas”, avalia. A Jornada das Margaridas será encerrada nesta sexta-feira (3 agosto) com a audiência com o governo federal, prevista para 11 horas, no Palácio do Planalto. Na ocasião, serão socializados os pontos encaminhados pelo Governo Dilma desde o último diálogo, em novembro de 2011. Já o grupo de mulheres cobrará definições que dizem respeito a demandas urgentes, como a de construção de creches no campo, a criação de grupo interministerial, ações de combate ao uso de agrotóxicos, a criação da Política Nacional de Agroecologia, dentre outras.
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi