Trabalhadoras rurais de vários cantos do estado, organizadas pela Diretoria de Políticas para as Mulheres da Fetape, participaram, ontem, da solenidade de entrega de unidades móveis de enfrentamento à violência contra a mulher do campo, doadas pelo Governo Federal ao Governo do Estado de Pernambuco. “A política nacional nasce de vocês (mulheres do campo). Essa iniciativa é o resultado da reivindicação de vocês, em 2011, durante a Marcha das Margaridas”, reconheceu a Ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Os ônibus, que integram o Programa Mulher - viver sem violência, do Governo Federal, irão prestar atendimento, de forma itinerante, às mulheres vítimas de violência, e também realizarão ações preventivas, como palestras e distribuição de material educativo. Para a Eleona Menicucci, com as várias políticas que vêm sendo implementadas pelo Ministério, a tendência é que as mulheres tenham mais coragem de denunciar, porque terão mais confiança nos resultados. “Queremos tolerância zero com a violência; tolerância zero com a impunidade”, afirmou. Ela também destacou que as mulheres do Brasil ainda sofrem muitos preconceitos, e que ter uma mulher presidenta não significa que os problemas de desigualdade de gênero estão resolvidos. Inicialmente, oito municípios contarão com a atuação dos ônibus: Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca (todos na Região Metropolitana do Recife), além de Itambé, Aliança, Macaparana e Goiana (na Mata Norte). “Vamos acompanhar o funcionamento dessas unidades móveis, pois queremos que elas cheguem às comunidades rurais, aos povos tradicionais e aos assentamentos. Somos nós que estamos sofrendo com a violência; fomos nós que marchamos por mais acesso a direitos. Toda a diretoria da Fetape e dos nossos Sindicatos assumem esse compromisso”, destacou a diretora de Política para as Mulheres da Federação, Maria Severina de França. Em todo o Brasil, estão previstas 54 unidades móveis. A primeira foi entregue em Alagoa Grande, na Paraíba, em agosto, em homenagem à memória de Margarida Maria Alves - sindicalista e trabalhadora rural daquela cidade, assassinada há 30 anos, cujo crime continua impune. “Conheci Margarida e tive a tristeza de carregar o seu caixão. Agora, voltei ao município onde ela viveu, não para enterra-la, mas para desenterrar os seus sonhos”, declarou a ministra, emocionada. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAPE