Esse é o sentimento da jovem suplente da Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTR) de Vertente do Lério, no Polo Sindical do Agreste Setentrional, Ildenize dos Anjos, que, ontem, 31 de julho, participou da abertura do 9º Congresso Estadual dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Pernambuco (CETTR), no município de Gravata.Da solenidade, que contou com a participação de mais de mil homens e mulheres agricultores/as familiares e assalariados/as, estiveram presentes, ainda, autoridades, nos níveis municipais, estadual e federal, e organizações e movimento sociais.
A mística inicial, que relembrou a história de luta e de organização do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadores Rurais (MSTTR), em Pernambuco, envolveu a plenária em torno da simbologia do lema do Congresso: “Pela força da base, a luta continua e as conquistas acontecem”. Em sua fala inicial, o presidente da Fetape, Doriel Barros, fez uma recomendação especial às/aos delegadas/os: “Está em nossas mãos a responsabilidade de definir as prioridades e algumas estratégias para a nossa luta, ao longo dos próximos quatro anos. Devemos considerar, nesses debates, entre outras questões, a situação de injustiça social e desemprego pela qual passa a Zona da Mata e a necessidade de políticas estruturais apresentadas pelas regiões do Sertão e do Agreste”, alertou.
O presidente da Contag, Alberto Broch, reconheceu a importância política da Fetape para a história do MSTTR e falou das expectativas em relação ao momento. “Estou aqui, com muito orgulho, pois a Fetape é a única Federação que presidiu, por duas vezes, a Contag. Além disso, estar presente neste Congresso é uma grande oportunidade de beber na fonte da experiência e pioneirismo da luta do Movimento Sindical Rural pernambucano”, avaliou.
Também presente no evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Miguel Rosseto, fez um resgate das políticas públicas que contaram com a grande contribuição do MSTTR. “Nosso governo não teria avançado e construído os resultados que construiu, sem o diálogo com o Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais. Para se ter uma ideia, hoje, em Pernambuco, 130 mil agricultores estão vinculados ao Garantia Safra. Em 2003, nós tínhamos 8 mil contratos de Pronaf e investimos 15 milhões de reais. Este ano, investimos o montante de 420 milhões e já possuímos 140 mil contratos”, analisou.
O deputado estadual Manoel Santos avaliou, com entusiasmo, a organização do MSTTR, em Pernambuco. “Nós temos um Movimento impar. Conseguimos ter uma forte organização, garantir uma diversidade ideológica nas opiniões e, mais do que tudo, construímos uma chapa única, que tem uma grande representatividade na base. Esse é o grande mérito e grande legado do Movimento Sindical Rural de Pernambuco, que, por isso, acumula várias conquistas para o homem e a mulher do campo”, frisou.
O 9º Congresso dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais continua hoje, com um momento de análise de conjuntura, trabalhos em grupos e lançamentos. Amanhã, acontecerá a plenária de aprovação das Diretrizes e Planos de Luta para o próximo quadriênio.
Outras expectativas
A presidente do STTR de Custódia, no Polo Sindical do Sertão Central, Ivonete Pereira de Souza, vê, no Congresso, um espaço de fortalecimento da base. “Estamos com sete delegados e mais um convidado, que é o nosso assessor de Polo. Esse grupo, ao longo desses dias, se manterá unido, em torno da luta por um campo cada vez melhor. Espero que esse seja um evento ainda mais produtivo, em termos de debates e da definição das nossas bandeiras e das nossas lutas para os próximos quatro anos”, confidenciou.
O vice- presidente do STTR de Glória do Goitá, Arlindo Anacleto Barbosa, de 73 anos, participou de todos os nove congressos. Segundo ele, a experiência só aumenta a sua expectativa de mudança. “Cada Congresso que eu venho, renovo a esperança de que nós, trabalhadores rurais, vamos botar o Brasil para frente (risos), como já botamos, não é? Nesse, em especial, eu espero que a gente discuta bem a questão da falência das usinas e do desemprego na Zona Mata”, pontuou. FONTE: Assessoria de Comunicação do 9o CETTR