Representantes da Regional Latinoamericana de la Unión Internacional de Trabajadores de la Alimentación (Rel-Uita), da Comisión Nacional de Fomento Rural (CNFR), do Movimento Unitário de Camponeses e Etnias do Chile (MUCECH) e da Red Centroamericana de Mujeres Rurales, Indígenas y Campesinas (RECMURIC) estarão presentes no 12º Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR), que começa hoje (13) e segue até sexta-feira(17) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF). A delegação internacional tem como principal objetivo apropriar-se da conjuntura política e econômica do nosso país, da perspectiva dos(as) trabalhadores(as) rurais, agricultores(as) familiares e camponeses(as). Eles(as) vêm da Argentina, Chile, El Salvador, Peru e Uruguai e participarão de quase todos os momentos previstos na programação do 12º CNTTR. A CONTAG realiza seu Congresso a cada quatro anos. Esta é a maior instância de deliberação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), onde os rumos da luta do movimento sindical são definidos por milhares de delegados e delegadas vindos(as) de todos os estados brasileiros. Portanto, o 12º CNTTR é de grande interesse para as organizações internacionais de trabalhadores(as) rurais e agricultores e agricultoras familiares e camponeses(as), que, especialmente na América Latina, partilham de desafios semelhantes para o fortalecimento de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável e solidário, que tenha a agricultura familiar com base para a produção de alimentos saudáveis, preservação do ambiente, segurança e soberania alimentar, além de conhecimentos tradicionais e cultura. Para o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG, Willian Clementino Matias, a presença dos representantes de organizações internacionais mostra a responsabilidade e o valor do trabalho que a CONTAG desenvolve no Brasil, na América Latina e no mundo no desafio de propiciar um modelo de organização de agricultura familiar e camponesa forte. “Nosso Movimento Sindical tem obtido, ao longo dos anos, várias conquistas de políticas públicas e, boa parte delas têm sido implementadas também na América Latina e servido de modelo para países de língua portuguesa e outros lugares do mundo, como a política de alimentação escolar, em que 30% dos alimentos são comprados da agricultura familiar, por exemplo. Estamos em um momento único para o MSTRR, em que vivemos a paridade e a representação exclusiva da agricultura familiar. Mas é lamentável que nosso país esteja em um momento de desmonte do Estado e das políticas públicas conquistadas no período de 13 anos dos governos Lula e Dilma. Nosso desafio é fazer o enfrentamento e não aceitar nenhum direito a menos”, afirma o dirigente. A secretária-geral do Movimento Unitário de Camponeses e Etnias do Chile (MUCECH), Patrícia Molina, reforça que as organizações campesinas de toda a América Latina enfrentam há anos lutas comuns, mas que atualmente estamos passando por momentos difíceis em todos os países do cone sul. “Havíamos conseguido ter uma democracia estabilizada que favorecia as organizações e a agricultura familiar campesina, mas hoje estamos perdendo espaço. É muito importante estar unidos e trabalhar juntos para fortalecer a política das organizações do mundo campesino de nosso continente”, afirma Patrícia Molina. De acordo com a secretária-geral do Mucech, o tema do direito a terra está se fortalecendo no Chile. “Estamos levantando a bandeira de luta que um campesino sem terra não é campesino e queremos devolver o campo ao homem do campo para que possa trabalhar e que as futuras gerações possam seguir vivendo no campo. Os Estados e governos têm que se comprometer com os(as) agricultores(as) no sentido de dar facilidade ao acesso a terra, porque senão não teremos jovens no campo para trabalhar amanha e, se não há juventude no campo, não há alimento para a população”, afirma a dirigente chilena. FONTE: Assessoria de Comunicação do 12º CNTTR - Lívia Barreto