A Fetaesc e seus sindicatos filiados realizam ato público nesta sexta-feira (20), a partir das 9h30, na Praça Central da cidade de São Miguel do Oeste.A mobilização tem por objetivo reivindicar políticas públicas de apoio à agricultura familiar em função do alto custo de produção na safra 2008/2009, do endividamento agrícola, da falta de recursos para a habitação rural e do excesso de burocracia do Programa Nacional de Crédito Fundiário. Os insumos subiram em até 130% e os agricultores estão pagando para produzir."A terra faz o milagre na multiplicação das sementes, mas os agricultores são obrigados a fazer o milagre da multiplicação do pouco dinheiro que dispõem para a compra de insumos", alerta o documento a ser entregue às autoridades.
Alto custo - Em relação à última safra, o aumento nos custos para o plantio do milho foi de 30%, da soja 25%, do trigo chega a 38% e do arroz a 22%. Em maio de 2007, era preciso 3,3 sacas de milho para comprar uma saca de adubo. Já em 2008, são necessárias 7,2 sacas de milho. Na produção de leite, uma das principais atividades que gera renda para a agricultura familiar, em 2000, com um litro de leite comprava-se 455 gramas de semente de azevém. Atualmente, compra-se apenas 296 gramas da mesma semente.
O aumento nos custos de produção dos grãos, responsável por 90% na formulação de ração animal, elevará o preço final das carnes, leites e outros alimentos para os consumidores, provocando desequilíbrio econômico e o aumento dos índices inflacionários.
Endividamento - Como solução milagrosa, o governo editou a Medida Provisória 432 e imaginou salvar a agricultura familiar. Mas os dados da Epagri apontam que apenas 3% dos agricultores familiares serão beneficiados. Os demais, que são capazes de vender suas últimas vacas para deixar as contas em dia, novamente são penalizados. A imprensa e próprio governo falam em crise de alimentos. Mas perguntamos: De onde virão os alimentos, se não preservamos quem os produz?
Assim, exigimos política agrícola adequada, na qual os custos de produção não sejam superiores aos preços mínimos; que o governo intervenha no monopólio do adubo e dos insumos; redução de impostos da agricultura familiar; e inclusão dos adimplentes na negociação nos termos da MP 432.
Habitação - Outro dilema é o crédito para a habitação rural. Em 2006, ano eleitoral, os recursos foram disponibilizados da noite para o dia, mas em 2007 e 2008 são apenas promessas. Há uma exposição de dinheiro, mas não há sua disposição e etapas do processo não se concluem. Aproximadamente 3 mil projetos estão protocolados nas agências da Caixa Econômica Federal e ainda sem previsão de liberação de recursos para a contratação.Dessa forma, exigimos a imediata liberação das propostas contratadas e o atendimento da demanda que está gerada nas agências da Caixa; definição imediata de um Programa Nacional de Habitação Rural, a exemplo do Pronaf.
Uma política social conquistada pelo movimento sindical nas mobilizações do Grito da Terra e que está literalmente parada é o Crédito Fundiário. Burocracia e impedimentos de toda a ordem fazem um verdadeiro vaivém de papéis. Agricultores foram selecionados, cadastrados e aguardam há mais de dois anos pela compra e venda de terras. Exigimos que a estrutura do governo do estado agilize a tramitação das propostas do Credito Fundiário e o Banco do Brasil seja menos restritivo na análise das propostas.
Assunto: Ato PúblicoData: 20/06/2008 (sexta-feira) Início: 09h30Local: Praça Central de São Miguel do Oeste/SC
Fontes: Hilário Gottselig - Presidente da Fetaesc Ítalo Zanellato - Diretor da Base Oeste da FetaescMaximino Oro - Presidente da Associação dos Sindicatos da Microrregião Três Fronteiras: (49) 3623.0188Joel Moura - Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Miguel do Oeste: (49) 3622.6371
FONTE: Assessoria de Comunicação da Fetaesc