Quase 50% da pauta de negociações da Campanha Salarial dos Canavieiros e Canavieiras 2010 foi negociada na tarde de ontem (quarta), na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE. Os canavieiros de Pernambuco examinaram contraproposta dos patrões à pauta de reivindicações apresentada pela categoria, contendo 90 itens.
Os canavieiros apresentaram o que é prioritário para os trabalhadores rurais, distribuído em quatro blocos de discussão. As 25 cláusulas do Bloco 1 foram apreciadas pelas partes no período da manhã. À tarde houve acordo quanto à manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho – CCT em 21 cláusulas, a exemplo do Salário família, Trabalho Compatível ao Acidentado, Escolas, Creches, Transporte em caso de acidente, doença ou parto, Período de Amamentação e Água potável no local de trabalho. Outras 18 cláusulas estão sendo negociadas, como o elastecimento do prazo de licença em caso de doença por conta de atrasos oriundos do INSS ou da empresa, ou seja, alheios ao trabalhador e trabalhadora rural. Estes se queixam de engenhos que descumprem prazo de encaminhamento para a previdência.
Estende-se por todo o dia de hoje (quinta) assuntos como o afastamento remunerado para internamento hospitalar de filho menor ou cônjuge, inclusive. A reivindicação é pela ampliação do número de dias de afastamento.
Os canavieiros também querem ferramentas e equipamentos de proteção com qualidade e gratuidade, além de roupa de proteção contra a chuva. Os delegados sindicais discutem ainda alguma forma de punição para empresas que praticam no início da safra o ato de reter a carteira do trabalhador. O patrão retém a carteira do agricultor e assim o impede de viabilizar seu emprego em outra empresa. “Não adianta negociar se alguns dos empregadores não cumprirem com os acordos que estamos firmando”, pronuncia-se Paulo Roberto, diretor de Política Salarial da Fetape. Ele foi reiterado por um dirigente sindical: “O Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho precisam fiscalizar as denúncias, pois essa é sua função”.
Temas como repouso remunerado na produção, segurança de transporte, adicional de insalubridade, multa por infração, abrigos, contratação de mulheres, saúde do trabalhador e trabalhadora rural, aplicação de defensivos agrícolas, alojamento e alimentação no local de trabalho devem ser negociados até o final da tarde. FONTE: Comunicação da Fetape