A metodologia que será usada pelo governo, trabalhadores e setor patronal no processo negocial da Mesa de Diálogo para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-açúcar deve ser debatida na próxima reunião. A rodada está prevista para o dia 13/11, no Palácio do Planalto, em Brasília.
A Mesa que está sendo coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, tem o objetivo buscar um acordo entre setor patronal, governo e representantes dos trabalhadores rurais. "A Mesa é um espaço político e não partidário, queremos ver se é viável chegar a um acordo que seja cumprido pelas partes envolvidas", afirma o ministro.
No último encontro do grupo, realizado no dia 30 de outubro, o setor patronal - representando pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) e pelo Fórum Nacional Sucroalcooleiro - sugeriu que fosse feito um protocolo de livre adesão no setor. As empresas optariam em fazer parte desse instrumento de negociação. A idéia é definir um conjunto de melhorias práticas para serem aplicadas na área da cana-de-açúcar em todo o País. Durante a Mesa, a Contag defendeu a necessidade desse instrumento ser cumprido pelas empresas representadas pela Unica e pelo Fórum Sucroalcooleiro.
Na avaliação do presidente da Contag, Manoel dos Santos, é essencial a unidade da bancada trabalhista durante o processo de negociações da Mesa de Diálogo. "Queremos afinar as nossas propostas para não perder o que os trabalhadores têm de mais importante, que é a sua unidicidade", reitera.
Pela primeira vez, representantes das federações de Alagoas, São Paulo, Goiás e Paraná participaram da reunião da Mesa de Diálogo. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Alagoas (Fetag/AL), Antônio Vitorino Silva, é fundamental que se discuta na Mesa a questão da mecanização. "A minha esperança é fechar um acordo que seja benéfico para o trabalhador rural. Em Alagoas, estamos muito preocupados com a questão da mecanização", afirma.
De acordo com o dirigente alagoano, a tendência é que em 2014 não haja mais cortadores de cana no estado. A mecanização total pode gerar mais de 100 mil desempregos no setor. No estado, trabalham hoje cerca de 150 mil cortadores de cana no período da safra. FONTE: Andréa Póvoas, Agência Contag de Notícias