O Encontro Nacional de 20 anos da Educação do Campo e Pronera abriu, na tarde desta terça-feira, espaço para a análise e discussão do panorama político atual. A secretária de Políticas Sociais da Contag, Edjane Rodrigues, e o representante do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), José Antônio Morone, deram destaque à necessidade imperativa de que os movimentos sociais e sindicais ocupem o espaço político nas eleições deste ano. Segundo eles, as atuais elites não podem dar continuidade ao processo de desmoronamento da democracia iniciado após o golpe parlamentar de Michel Temer. “Só com uma nova representatividade no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais é que vamos incorporar esta luta e tornar nosso povo, nossa causa mais fortes”, assegurou a dirigente da Contag.
De acordo com Edjane Rodrigues, o momento atual é complexo e exige uma estratégia bem articulada, pois o atual plano de governo visa continuar a retirar direitos conquistados. Exemplo disso é a redução drástica no orçamento do Pronera, que em 2016 era de R$ 32 milhões e passou para R$ 3 milhões em 2018. “Como garantir acesso educação do campo, se não há recurso? Não teremos um futuro adequado no campo se não tivermos acesso aos direitos de maneira ampla e irrestrita”, disse. Este e outros cortes nos orçamentos destinados ao desenvolvimento das políticas públicas para a educação do campo foram também abordados por José Antônio Morone. Na visão do representante do Inesc todo o poder se concentra nas elites políticas e jurídicas, que colocam o povo numa “camisa de força”. Na opinião dele, poucos foram os momentos em que o povo teve condições de sentar à mesa para negociar com igualdade. “Com o golpe, voltamos alguns degraus e é preciso reassumir o antigo posto, de protagonistas”, indicou. As bases do Pronera Em outra roda de diálogos, o assessor de Políticas Sociais da Contag, Antônio Lacerda, juntamente com representantes do Incra e de universidades traçaram o histórico do Pronera e a importância dele para o desenvolvimento rural. “Este é o tripé de sustentação do programa. Sem nós, do movimento sindical, com a nossa experiência, o Pronera seria inviável. Assim como seria muito difícil acontecer se não fosse os investimentos do poder público e do planejamento e execução dos cursos nos institutos federais e estaduais”, valoriza. Nunca antes na história desse país... Foi divulgado hoje que esta edição do Encontro Nacional da Educação do Campo e Pronera é o maior em número de participantes de toda a história. Segundo a organização, foram contabilizadas até o momento 1 mil participantes de todas as regiões do país. “Estamos aqui não só para comemorar os 20 anos da educação do campo, mas para abrir o novo ciclo de 40 anos”, celebrou Clarice dos Santos, representante do Fórum Nacional de Educação do Campo (Fonec). FONTE: Comunicação CONTAG - Rafael Nascimento