Garantir a igualdade entre homens e mulheres e a busca pela implementação de políticas públicas contra todo tipo de opressão e todas as formas de violência à mulher e o desenvolvimento sustentável, com democracia, justiça, autonomia, liberdade para as mulheres, compreendendo que é preciso vencer as desigualdades econômicas, políticas e sociais. Esse foi um dos temas debatidos na tarde desta quarta-feira (15), no 12° Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12°CNTTR), pelos delegados e delegadas que participaram da Comissão Temática da Luta e Organização das Mulheres do Campo, das Florestas e das Águas por uma sociedade mais justa e igualitária.
Outros pontos tocados e que foram amplamente discutidos pelo grupo estavam relacionados com os temas sobre o fim da divisão do trabalho entre homens e mulheres e, respectivamente, à diferenciação salarial entre ambos; a importância na luta contra o machismo, que mata dezenas de mulheres todos os dias no Brasil; a dupla jornada de trabalho, muitas vezes não reconhecidas pelo parceiro; a necessidade da independência financeira feminina, o que significa reconhecê-las como donas da própria vida. Além destes assuntos, outras questões sobre a sexualização e objetificação do corpo feminino como propriedade e mercadoria de erotização masculina, e o direito da mulher decidir sobre sua sexualidade e uma possível maternidade, caso queira, foram discussões que embasaram as trocas de vivências e experiências das delegadas e dos delegados.
Uma conquista das Mulheres do MSTTR se deu através da efetivação da participação ativa na pauta e ação sindical das mulheres, por meio da aprovação e implementação da paridade em todas as instâncias do MSTTR.
“Para nós mulheres, é até difícil traduzir o que significa para cada uma ter dado esse passo, mesmo diante das adversidades para que esse debate acontecesse. Muitas das vezes quando a gente tá pautando a necessidade da igualdade e da construção coletiva e conjunta entre homens e mulheres, acaba sendo muito uma pauta nossa, tanto que nós ocupamos este espaço como uma disputa, apesar da gente estar sempre lutando por uma construção coletiva e igualitária, ela acaba sempre sendo uma defesa só das mulheres”, declarou a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
Segundo ela, as principais barreiras que as mulheres enfrentam para se afirmarem enquanto mulher é se entenderem como protagonistas de um processo e de serem sujeitas de si, em busca do empoderamento feminino.
“Ver a paridade ser cumprida é um sentimento muito importante porque é a primeira vez que está tendo igualdade no movimento, não havendo diferenciação entre os sexos, e isso é muito gratificante para nós que viemos da roça, pois no meio rural o preconceito e o machismo são muito visíveis, além da mulher na maioria das vezes se sentir inferior ao homem”, comentou a delegada Auritta da Silva Oliveira.
Diante disso, a busca pelo reconhecimento do protagonismo político e representativo das mulheres trabalhadoras rurais e a luta por igualdade, visibilidade e pelo fortalecimento da democracia interna continuam sendo centrais para a organização feminina no Movimento Sindical.
“A importância da representatividade em traduzir para a prática aquilo que nós lutamos e minimamente conseguir ter nos espaços, mulheres para que possamos contar de fato, na luta contra o machismo e o patriarcado é uma maravilha. Daí o valor desta representatividade com quem efetivamente tem o compromisso com a organização e luta das mulhere, faz uma grande diferença, até porque cada uma de nós nos vemos representadas”, concluiu Alessandra. FONTE: Assessoria de Comunicação 12º CNTTR - Roana Wrsula