As mulheres do campo de da floresta podem comemorar mais uma conquista. Como resposta a uma das 158 reivindicações da Marcha das Margaridas, mobilização que reuniu mais de 70 mil mulheres do Brasil, entre 15 e 17 de agosto em Brasília, 10 Unidades Móveis de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência serão entregues pelo governo entre 2011 e2012.
Os Estados contemplados são Pará, Acre, Tocantins, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Goiás, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul. Esta determinação teve como critério, por parte da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência (ligada à Secretaria de Políticas para as Mulheres/SPM), pontos como: a necessidade de ampliação do acesso à Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, Estado com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), tamanho e densidade populacional, geografia e territorialidade e viabilidade política e operacional. A entrega dos cinco primeiros veículos será em Igarapé-Mirim (PA), Irecê (BA), Posse (GO), São Mateus (ES) e São Lourenço (RS).
O objetivo é implantar um modelo de atendimento multidisciplinar composto por profissionais das áreas de serviço social, psicologia, atendimento jurídico e segurança pública, permitindo principalmente o acesso das mulheres que vivem no campo e na floresta aos serviços da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência.
O atendimento itinerante, por meio das unidades móveis, visa ampliar a cobertura e superar a insuficiência de serviços que acomete as áreas rurais. Os microônibus serão pintados na cor lilás e terão sanitário, seis lugares para transporte da equipe, três estações de trabalho e sala de espera para quatro pessoas. Serão equipados também com três notebooks, uma impressora multifuncional, uma câmera fotográfica, frigobar, GPS e kit de primeiros socorros.
A luta das mulheres
A história das mulheres trabalhadoras rurais na luta por direitos básicos como a não violência e saúde é longa e marcada por discriminações. Em geral, não existe unidade de saúde nas comunidades rurais, além de faltarem ambulâncias e medicamentos.
A secretaria de mulheres da Contag, dirigida por Carmen Foro, vem lutando para, entre outras ações, vencer a dificuldade de acesso das mulheres do campo e da floresta à infraestrutura social de enfrentamento à violência doméstica e tirar as mulheres da invisibilidade. E a conquista das Unidades Móveis é prova de que a luta das mulheres está no caminho certo. FONTE: Imprensa Contag