A falta de respostas para a chacina de auditores fiscais do trabalho no município mineiro de Unaí, em 2004, mobilizou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho e a Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais. Eles fizeram na manhã desta quarta-feira (28) um ato público em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para lembrar os cincos anos da tragédia.
O presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais, José Augusto de Freitas, acredita que os acusados querem fazer a opinião pública esquecer o caso. "Como os advogados não podem alegar a inocência dos seus clientes, adiam a decisão final da justiça por meio de recursos. Com isso, ganham tempo para que o clamor da opinião pública por justiça diminua", afirma Freitas.
O presidente afirma que a categoria ainda tem medo de novos ataques, apesar da segurança ter sido reforçada durante as vistorias. Os quatro auditores fiscais morreram em uma emboscada enquanto procuravam denúncias de trabalho escravo na região. Nesses anos desde o assissanato, apenas cinco dos nove acusados de terem comandado a chacina estão presos aguardando julgamento da justiça.
Um dos mandantes em liberdade é o atual prefeito de Unaí, Antério Mânica, reeleito em 2008. O secretário de assalariados e assalariadas rurais da Contag, Antônio Lucas, defende o fim da impunidade para evitar casos no futuro. "A falta de punição condizente com o crime abre margem para que outros casos possam se repetir", lamenta. A morte dos auditores fiscais do trabalho também foi lembrada na manhã de hoje (28) no Fórum Social Mundial, em Belém (PA). FONTE: Danielle Santos, Agência Contag de Notícias