Acabou na madrugada de hoje, 9 de maio, o julgamento do fazendeiro Marlon Alves Pidde, 65 anos, acusado de ser o mandante do assassinato de cinco trabalhadores rurais na fazenda Princesa em 1985, na região de Marabá, no sudeste do Pará. Marlon, que ficou 20 anos foragido e foi preso ano passado quando tentava fugir do País, foi condenado a 130 anos de prisão em regime fechado. O crime foi executado com extrema brutalidade e ficou conhecido como Chacina da Fazenda Princesa. De acordo com o processo, Manoel Barbosa da Costa, José Barbosa da Costa, Ezequiel Pereira da Costa, José Pereira de Oliveira e Francisco Oliveira da Silva foram sequestrados, amarrados, torturados por dois dias e assassinados com vários tiros. Os corpos foram presos uns aos outros com cordas e atirados no Rio Itacaiunas. DiAssis Solidade, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (FETAGRI-PA), comemora o resultado do julgamento que demorou quase 30 anos para acontecer. “Apesar do tempo, essa é uma condenação importante, que fortalece o movimento sindical e a luta pela reforma agrária e pelo campo. Esperamos agora que o mesmo aconteça com os outros crimes ocorridos no campo brasileiro e que estão há anos esperando por julgamento, principalmente na Amazônia e no Pará”. No julgamento, Lourival Santos da Rocha também foi condenado a 130 anos de reclusão pela participação na morte dos trabalhadores. João Lopes Pidde e José Gomes de Souza (que alcançou a prescrição do crime após completar 70 anos de idade) foram denunciados e pronunciados a serem julgados pelo júri. FONTE: Imprensa CONTAG - Julia Grassetti