A seca castiga milhares de agricultores familiares nos estados do Piauí e Ceará. Na região do semi-árido nordestino não chove desde março passado. No Piauí, o governo estadual decretou estado de emergência em 48 municípios. No Ceará, são 56 municípios nessa situação.
De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí, José Evandro de Araújo Luz, pelo menos 35 mil agricultores familiares já tiveram prejuízos por causa da falta de água. O governo estadual tem distribuído alimentos e contratou carros pipas para abastecer as famílias, mas a Fetag/PI cobra soluções definitivas para o problema. "Queremos a construção de cisternas, a perfuração de poços e um trabalho de educação voltado para essa convivência com a seca, visto que a falta de chuva deve aumentar a cada ano", diz.
No Ceará, além de sofrerem com a seca, os agricultores familiares ainda contabilizam os prejuízos causados pelas chuvas do primeiro semestre. Na ocasião, o grande volume de chuvas prejudicou as plantações e lavouras inteiras foram perdidas. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Ceará (Fetraece), Moisés Braz Ricardo, conta que a federação tem atendido às demandas dos que ainda não conseguiram indenização pelos prejuízos provocados pela chuva e dos que agora sofrem com a seca.
Em todo estado, aproximadamente 25 mil agricultores familiares estão tendo prejuízos. Os mais atingidos são os criadores de aves e cabras. "A falta de água prejudica porque os agricultores familiares são obrigados a vender os rebanhos a qualquer preço. Ou é isso ou o rebanho morre de sede", lamenta. FONTE: Ciléia Pontes, Agência Contag de Notícias