Quatro trabalhadores rurais, cujos nomes estariam na lista de marcados para morrer, foram assassinados no período de maio a outubro deste ano no Pará. Todos eles moravam em uma área ainda não desapropriada da Fazenda Cristalino, no município de Santana do Araguaia, ocupada por cerca de 600 famílias há dois anos. Paulo Roberto Paim, José Jacinto Gomes, conhecido como Zé Pretinho, Givaldo Vieira Lopes e Lourival Coimbra Gomes, também chamado de Baiano, se desligaram de um movimento social em 2009 e criaram a Associação dos Pequenos e Médios Produtores Rurais dos Retiros 1 ao 15, juntamente com outras famílias. A partir desse fato, passaram a ser ameaçados por um grupo de grileiros. O presidente da Fetagri-PA, Carlos Augusto Silva, faz um apelo ao governo para punir os criminosos. “Na verdade, a Fetagri vem condenar de forma rigorosa essa rearticulação da violência, nós estamos cobrando da Polícia, da Secretaria de Segurança Pública e do Poder Judiciário ações enérgicas no sentido de combater a volta dessa violência no campo”. O dirigente afirma que o Pará é uma região que tem grandes conflitos fundiários, muitas áreas que são griladas durante muitos anos e são objeto de especulação financeira por grandes fazendeiros da região. “E esse fato dos assassinatos é, na verdade, o braço armado do latifúndio, que está, mais uma vez, intimidando, matando, eliminando trabalhadores rurais sem terra”, denuncia o sindicalista. Campanha – Carlos Augusto relembra que há quatro anos foi feita, no Pará, uma campanha de combate à violência no campo com a adesão de mais de 700 pessoas, além das viúvas dos agricultores assassinados. Com os últimos acontecimentos, o dirigente admite que será preciso fazer novas campanhas em 2011 com o objetivo de repudiar e denunciar para a sociedade e o Estado a continuidade dos atos violentos na área rural. FONTE: Verônica Tozzi, Agência Contag de Notícias