Español   /   English   /   中国人   /   Français   /   Deutsch Arrecadação  /   SisCONTAG  /   Guias  /   Webmail  /   Eventos  /   Todos os sistemas  /   Login
               
 
 
QUESTÃO AGRÁRIA
Lentidão na regularização fundiária na Amazônia piora conflitos agrários, dizem debatedores
WhatsApp

03 de Outubro de 2017


Adriana Borba
TEMAS RELACIONADOS:
questão agrária

Representantes do governo federal e dos trabalhadores e trabalhadoras rurais concordam que quanto mais lento é o processo de regularização fundiária, mais aumenta o número de áreas ocupadas e, consequentemente, pioram os conflitos agrários. O assunto foi discutido em audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara. Pará e Rondônia foram citados como os estados onde os conflitos são mais graves atualmente.

O diretor do Departamento de Caracterização e Incorporação do Patrimônio, do Ministério do Planejamento, Antônio Roberto Ferreira, resumiu os benefícios da titulação definitiva de terras. "A regularização é a garantia para o setor produtivo ter acesso a financiamentos e ter condição de melhorar a qualidade da produção", disse.

O superintendente da Subsecretaria Extraordinária de Regularização Fundiária na Amazônia Legal, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, José Dumont Teixeira, apresentou as metas do programa Terra Legal, que regulariza a situação de ocupantes de áreas públicas: pouco mais de 5 mil títulos entregues até o final deste ano e 15 mil até o final de 2018. Ele reconheceu que o andamento dos processos precisa avançar, mas informou que isso depende da ampliação do orçamento e do quadro de pessoal.

O diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra, no Distrito Federal, Rogério Arantes, reconheceu as dificuldades orçamentárias, que atingem, principalmente, a área de recursos humanos. "A gente tem tido concursos esporádicos, mas não é suficiente para suprir o número de pessoas que vêm se aposentando”, afirmou.

Arantes informou que está em andamento uma licitação para contratar serviços de georreferenciamento em todos os estados do país. O georreferenciamento é o levantamento topográfico da área rural e uma das condições para a entrega dos títulos definitivos de propriedade. O técnico do Incra também sugeriu que as bancadas dos estados da Amazônia na Câmara se mobilizem para destinar recursos para a regularização fundiária.

PARTICIPAÇÃO DA CONTAG

O secretário de Formação e Organização Sindical da Contag, Guto Silva, foi um dos debatedores desta Audiência Pública. “Ao invés de apresentar um planejamento, seguimos a nossa característica enquanto movimento sindical de fazer um debate provocativo. Para se discutir regularização fundiária na Amazônia, primeiro é preciso conhecer de perto a Amazônia. Por isso, eu fiz uma contextualização de que a Amazônia, durante muitos anos, teve uma perspectiva, uma proposta de desenvolvimento voltada a ser um celeiro do mundo, e uma política agropecuária, energética e de mineração de total contrassenso com a questão ambiental, com foco na devastação ambiental, da ocupação de terras indígenas e territórios quilombolas”, explicou o secretário.

Guto destacou que, além dessa visão conservadora de desenvolvimento, a violência no campo e os conflitos fundiários têm aumentado assustadoramente. “Infelizmente, segundo dados da CPT, de janeiro a julho deste ano, foram assassinadas 66 pessoas, dentre essas, boa parte era dos estados do Maranhão, Rondônia e Pará e com o agravante de alguns casos se tratarem de chacinas. Essa ausência do Estado é que também provoca o acirramento dos conflitos por terra.”

O dirigente também criticou a forma como as políticas públicas voltadas para a Amazônia são pensadas. “É preciso ter sensibilidade de pensar políticas diferenciadas para esta região no sentido de perceber uma forma de uma ocupação diferente, uma população diferente. Para isso, é preciso ter políticas públicas diferentes.”

O dirigente destacou, ainda, o corte drástico no orçamento de alguns programas ligados à reforma agrária, nos últimos três anos. “Vemos o sucateamento do Incra ao longo dos últimos anos. Aumentam as demandas, mas faltam concursos, falta estrutura administrativa e recursos para realizar a reforma agrária e acompanhar os assentamentos da reforma agrária. A proposta orçamentária do governo para 2018 mostra que haverá um grande retrocesso na política de reforma agrária, Pronera, demarcação das terras indígenas e de territórios quilombolas, que aumentarão os conflitos fundiários na Amazônia. Para obtenção de terras, por exemplo, o corte será superior a 86% em relação ao orçado para 2017.” Guto também criticou a decisão do governo de fazer a seleção de beneficiários para a reforma agrária via edital, que visa enfraquecer a luta do movimento sindical e dos movimentos sociais pela democratização da terra.

Para lutar contra esse orçamento e tentar uma recomposição de recursos para avançar nas políticas, a CONTAG, as Federações e Sindicatos, em conjunto com as organizações do Campo Unitário, irão realizar uma série de atos e de articulação junto aos deputados e deputadas visando resolver a questão orçamentária e evitar mais retrocessos para a população rural.

O deputado Lucio Mosquini (PMDB-RO), que propôs a realização do debate, defendeu melhor condução do processo de regularização fundiária na Amazônia Legal. "Quando o governo entender que o incentivo da documentação é uma solução para os conflitos agrários, nós vamos melhorar as condições de vida das pessoas da Amazônia Legal. Agora, o que falta hoje? É o governo encarar isso, encarar com seriedade, encarar como prioridade", argumentou. FONTE: Agência Câmara - Claudio Ferreira, com edição e informações da Assessoria de Comunicação da CONTAG – Verônica Tozzi.



WhatsApp


CONTEÚDOS RELACIONADOS



Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares
SMPW Quadra 01 Conjunto 02 Lote 02
Núcleo Bandeirante/DF
CEP 71.735-102

(61) 2102 2288 | Fax (61) 2102 2299
secretariageral@contag.org.br

Horário de Funcionamento:
8h30 às 12h e 14h às 18h
A CONTAG é filiada à:
Secretarias
Presidência
Vice-presidência e Relações Internacionais
Secretaria Geral
Finanças e Administração
Política Agrária
Política Agrícola
Meio Ambiente
Políticas Sociais
Formação e Organização Sindical
Mulheres Trabalhadoras Rurais
Jovens Trabalhadores(as) Rurais
Trabalhadores(as) da Terceira Idade
Comunicação
Política Nacional de Comunicação
A Assessoria de Comunicação
Comunicação Visual
Bandeiras de luta
Fortalecimento da Agricultura Familiar
Acesso à terra e reforma agrária
Políticas públicas estruturantes
Políticas Sociais para o meio rural
Paridade de gênero
Sucessão Rural
Fortalecimento dos sujeitos do campo, floresta e águas
Agroecologia
Preservação e conservação ambiental
Combate à violência no campo
Direitos dos Assalariados/as Rurais
Mobilizações
Grito da Terra Brasil
Marcha das Margaridas
Festival Nacional da Juventude Rural
Festival Juventude Rural Conectada
Encontro Nacional de Formação (ENAFOR)
Plenária Nacional da Terceira Idade
Sistemas
SisCONTAG
ARRECADAÇÃO
GUIAS E CONTRIBUIÇÕES
WEBMAIL
SISTEMA DE EVENTOS
INTRANET
JOVEM SABER
JOVEM SABER (Novo)
LEGISLATIVO
EDITAIS
REFORMA AGRÁRIA
Campanhas Institucionais
Campanha Nacional de Sindicalização – Sindicato de Portas Abertas
Reforma Agrária: nossa luta vale a pena
Década da Agricultura Familiar
Raízes se formam no campo – Educação Pública e do Campo é um direito nosso
Campanha contra a Grilagem
Em defesa da Previdência Social Rural
Plano Sustentar
Cuidados com o Coronavírus
Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico