Foto: Giorgio Trucchi
De 4 a 8 de março, contando com a presença de 2.800 delegados e delegadas de todo o país, foi realizado em Brasília o 11º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), durante o qual foi aprovado o Plano de Luta para os próximos anos e foram eleitas as novas direções. Para analisar os resultados alcançados, a Rel conversou com Willian Da Silva Matias, recentemente eleito vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG. -Como você avalia este 11º Congresso da CONTAG? Foi um Congresso muito participativo e extremadamente positivo, cujos resultados são fruto de um trabalho intenso e minucioso, iniciado há meses com assembleias plenárias regionais e estaduais. Aqui viemos para congregar, juntar, analisar e tomar decisões com relação a todas as propostas apresentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo, para fortalecer nossa organização e nossas lutas durante os próximos quatro anos. Além disso, a CONTAG tomou uma decisão que é de extrema importância para a democracia interna e externa: a efetiva igualdade de gênero na Direção e nos Órgãos deliberativos de nossa organização. É uma importante mensagem que estamos enviando à sociedade brasileira e a todo o mundo, para alcançar uma verdadeira justiça social e de gênero no campo. Finalmente, a presença em nosso Congresso da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, nos permitiu reafirmar nossas principais reivindicações, assim como a urgente necessidade de avançar na questão da Reforma Agrária. -A Reforma Agrária foi um dos assuntos mais sentidos durante o Congresso… A Reforma Agrária é o pilar do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, aprovado pelos delegados e delegadas durante este 11º Congresso da CONTAG. É um de nossos mais importantes desafios diante da perspectiva de um fortalecimento da agricultura familiar, da produção solidária de alimentos, bem como do combate ao agronegócio, ao latifúndio e à violência no campo. -O Congresso foi também a ocasião propícia para realizarmos um Seminário Internacional sobre a Violência no Campo. A Reforma Agrária e o combate à violência no campo deverão ser elementos cada vez mais estratégicos na agenda da CONTAG. Um sinal muito claro disso foi o fato de o Seminário Internacional ter se colocado como parte integrante de nosso Congresso e termos decidido, junto com a UITA, a retomada da Campanha Internacional contra a Violência no Campo. Vamos nos reunir com a UITA para definir, coordenar e articular os passos estratégicos desta nova fase da Campanha, para que, juntos também com os operários das cidades, possamos combater e derrotar as causas estruturais desta violência. -Qual tem sido a contribuição dos jovens? É outra riqueza da CONTAG. Os jovens têm sido um elemento muito importante no Congresso e participado muito ativamente na construção das propostas, políticas e programas. O fato de ter uma cota que supera os 25 por cento no Congresso, garante a transversalidade da participação e é o resultado de uma construção de consensos vinda de baixo e rumo ao futuro. -O Congresso aprovou a sua eleição para o cargo de vice-presidente e secretário de Relações Internacionais da CONTAG. Qual vai ser o seu plano de trabalho? Minhas expectativas são que as pessoas, a partir das orientações e deliberações do Congresso, possam construir, junto a outras instâncias internacionais, como por exemplo a UITA, uma estratégia política internacional para abranger vários assuntos: a Reforma Agrária a partir da agricultura familiar, o combate à pobreza, a defesa da soberania alimentar em contraposição ao modelo patrocinado pelo agronegócio.
Link da notícia no site da REL-UITA: http://www.rel-uita.org/index.php/pt/sindicatos/item/3120-jovenes-y-mujeres-trazando-el-futuro FONTE: REL-UITA - Giorgio Trucchi