O debate sobre a sucessão rural, o acesso ao crédito rural e a identificação das políticas públicas para viabilizar a permanência no campo foram assuntos do encontro A coordenadora-geral de Assistência Técnica e Extensão Rural do Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF), Raquel Santori, parabenizou as Federações dos Trabalhadores na Agricultura dos três estados do Sul por terem ‘estimulado e priorizado’ a presença da juventude no encontro de ‘Qualificação da Participação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais no Programa Nacional de Crédito Fundiário’. Aproximadamente 80 jovens estiveram no evento, realizado na sede da Fetaesc, em São José, nos dias 24 e 25 de fevereiro. Nas três Federações dos Trabalhadores na Agricultura da Região Sul os responsáveis pela área de política agrária são os coordenadores das Comissões dos Jovens e o evento foi organizado para “proporcionar o conhecimento sobre a distribuição fundiária no país e como o programa pode ajudar na manutenção da agricultura familiar”, explica o coordenador da Comissão Estadual dos Jovens da Fetaesc, Adriano Gelsleuchter. “Por si só a terra não basta. Cada vez mais queremos aproximar o público beneficiário para que eles possam, através dos sindicatos, trazer as demandas de políticas públicas que possibilitem melhor qualidade de vida para quem vive no meio rural”, explica Raquel. Esse evento faz parte do convênio firmado entre a Contag e o MDA para a realização de uma série de encontros de âmbito nacional, estadual, regional, microrregional e municipal nos 21 estados de atuação do Programa. Em SC, mais de mil pessoas já passaram por esse processo de capacitação. Conforme Adriano, a integração das comissões de jovens sobre a temática da sucessão rural e o acesso a terra é importante “para disseminar o programa nos municípios e também ouvir experiências de quem já foi beneficiado, sabendo assim, quais as dificuldades ainda encontradas pelos beneficiários”, analisa. Depois de dois dias de conversa com os jovens gaúchos, catarinenses e paranaenses, Raquel Santori disse estar “surpresa’ por encontrar aqui um processo de organização, de motivação e de participação bastante intenso da juventude rural e com o relato de ‘lindas e belas experiências’,destaca. O ponto alto das discussões foi o acesso desse público às diversas linhas do Pronaf. Conforme a coordenadora, é preciso fazer um amplo debate dentro do MDA para identificar o que está travando o acesso da juventude, não apenas ao Pronaf Jovem, mas também em outras linhas como o Mais Alimento e o Pronaf Mulher. Raquel Sartori aponta “os agentes financeiros como um dos principais entraves” para que os jovens acessem o Pronaf e desenvolvam atividades empreendedoras dentro da própria propriedade da família. 2ª Conferência Nacional da Juventude Para Raquel esse encontro também foi importante para estimular a participação da juventude rural em todas as etapas preparatórias da 2ª Conferência Nacional da Juventude, programada para novembro desse ano. Ela coordena o grupo da juventude no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) e quer assegurar a participação de uma grande representação de delegados da área rural. Em 2008, na primeira conferência, “estávamos menos organizados” comenta, e mesmo assim das 22 prioridades, três atendem a juventude rural: acesso à terra e ao crédito; qualificação profissional e educação de melhor qualidade na área rural. O Secretário de Política Agrária da Contag, Willian Clementino da Silva Matias participou do painel sobre ‘Reforma Agrária no contexto brasileiro e as políticas públicas de acesso a terra’ e o consultor da Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Francisco Urbano, acompanhou os trabalhados dos dois dias do encontro. FONTE: Comunicação da Fetaesc