Nosegundo dia do seminário "Emprego e Trabalho na Agricultura Brasileira", promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - Iica, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, José Otávio Ferreira, afirmou que a informalidade de 50% nas atividades do campo representa atraso na vida do trabalhador rural. "Isso significa que esse trabalhador só vai se aposentar por idade, uma idade que não poderá ser atingida dependendo das condições de trabalho ao longo da vida", disse. O seminário acontece até esta quarta-feira, na sede da Contag, em Brasília.O juiz também falou sobre outras irregularidades que são freqüentes no meio rural, como o trabalho escravo. "É crime manter trabalhador em situação análoga de escravo". Para o secretário de Assalariados e Assalariadas da Contag, Antônio Lucas, as empresas perderam o medo das multas dos fiscais do Ministério do Trabalho. "Além das multas, o governo federal deveria cancelar os financiamentos do BNDES às empresas", ressaltou.Programação - As atividades do seminário começaram às 9h com uma mesa redonda que discutiu formas de organização e relações de trabalho na agricultura. Participaram pesquisadores da Unicamp, UFSC, Dieese, Embrapa e Contag. À tarde, os presentes discutem políticas públicas para o trabalho no meio rural, com a participação do presidente da Contag, Manoel dos Santos, representantes da CNA, do Ministério Público do Trabalho, do Banco do Brasil, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho e Emprego.Vanessa MontenegroAgência Contag de Notícias