No último dia 30 de julho, a cidade de Fortaleza recebeu milhares de agricultores de diversos estados para o I Grito da Terra Nordeste. Foram cerca de quatro mil trabalhadores e trabalhadoras rurais em busca de melhores condições de trabalho, renda e qualidade de vida. O evento foi considerado a maior atividade de massa realizada pelo movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais.
A expectativa dos participantes é de que o evento contribua para impulsionar a reforma agrária e fortalecer a agricultura familiar. "O Grito vem com essa perspectiva, de tratar de uma pauta que vai desde questões emergenciais até questões de médio e longo prazos com relação ao semi-árido nordestino", afirma a secretária de Organização e Formação Sindical da Contag, Raimunda de Mascena.
Para o presidente da Contag, Manoel dos Santos, é necessária mais articulação do governo para desenvolver a região. "Precisamos do fortalecimento da ATER, que é um papel dos governos federal, estaduais e municipais. Há R$ 390 milhões para essa finalidade, mas precisamos que os prefeitos se movam e comecem a trabalhar", defende.
Os participantes do Grito da Terra Nordeste produziram uma carta de compromisso. Ela foi entregue aos governos federal e estaduais com o objetivo de dar seqüência às reivindicações ao longo do ano. O evento também foi um ato para lembrar os 25 anos do assassinato da trabalhadora rural Margarida Alves e sua luta em defesa dos direitos trabalhistas e humanos. FONTE: Danielle Santos