A presidenta Dilma Rousseff anunciou ontem, 20 de março, em cerimônia no Palácio do Planalto, o PRONACAMPO - Programa Nacional de Educação do Campo, que visa estabelecer um conjunto de ações articuladas que assegurem a melhoria do ensino nas redes existentes, bem como a formação dos professores, acesso e recuperação da infraestrutura das escolas e produção de material didático específico.
De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já no ano que vem todo livro didático terá a especificidade do campo, buscando resgatar as origens, raízes e relação dos povos do campo com a terra. Para ele, é necessário valorizarmos a cultura e as tradições do campo. “Se nós resgatarmos a cultura, dermos oportunidades para esses jovens e valorizarmos a sua história, seguramente estaremos resgatando uma dívida social neste país e abrindo um novo caminho para o futuro dos trabalhadores do campo”, afirmou o ministro.
A questão dos recorrentes fechamentos de escolas foi destacada pelo ministro. “Nos últimos 5 anos, 13.691 escolas foram fechadas com o objetivo de reduzir custos. Isso acaba penalizando os jovens, que precisam cada vez mais percorrer distâncias longas para ter acesso à escola.” De acordo com Mercadante, um projeto de lei sobre fechamento de escolas será encaminhado ao Congresso Nacional. “Queremos que o Conselho Municipal de Educação ou o Conselho Estadual seja ouvido antes da decisão do prefeito e do governador.” Segundo José Wilson, secretário de Políticas Sociais da CONTAG e representante da Comissão Nacional de Educação do Campo que no ato representou os movimentos sociais que contribuíram para a elaboração do PRONACAMPO, o programa tem a cara, o coração e a alma das organizações sociais, que se esforçam por um Brasil melhor, mais justo e igual para todos. “O PRONACAMPO é uma conquista histórica”, afirmou. Mesmo sendo um grande passo, existem enormes desafios ainda pela frente. “É necessário que haja um pacto do governo federal com os governos estaduais e as prefeituras para que o programa seja efetivamente implementado nas bases – garantindo a participação dos movimentos sociais do campo”, afirmou José Wilson. Última a falar, a presidenta Dilma Rousseff pontuou que não basta ter acesso à terra.Deve-se garantir as condições de sobrevivência. E os movimentos sociais, tanto no Grito da Terra quanto na Marcha das Margaridas, sempre reivindicaram que os povos do campo fossem reconhecidos e respeitados. “Somos um grande país que aposta que a agricultura familiar será a base de um Brasil mais democrático, onde haja garantia de oportunidade para todos”, afirmou a presidenta. Com o PRONACAMPO, Dilma aposta não só no dia de amanhã, mas sobretudo na perspectiva de que uma outra geração também se beneficiará com essa mudança de realidade social do campo brasileiro, garantindo que ele será um lugar digno para se morar e se criar os filhos. “Este é o papel estratégico do PRONACAMPO, que é ajudar a transformar o Brasil numa grande nação que tenha oportunidade para todos os brasileiros”, concluiu a presidenta. FONTE: Imprensa CONTAG - Julia Grassetti