Uma mística que relembrou a trajetória de luta e as conquistas do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais ( MSTTR), nos últimos quatros anos, entre elas, a eleição do deputado estadual Manoel Santos, a comemoração dos 50 anos da Fetape, a realização dos 4º Grito da Terra Brasil e a instituição da Academia Sindical, a Fetape iniciou, ontem, pela manhã, no Centro Social Euclides Nascimento, em Carpina, a primeira reunião de 2014 do seu Conselho Deliberativo. Na abertura do evento, o presidente da Fetape, Doriel Barros, destacou a importância desse espaço de construção das orientações para a caminhada do Movimento Sindical Rural. “Mais do que nunca, neste ano, precisamos amadurecer o debate, no sentido de colocar os interesses pessoais e partidários em segundo plano, para favorecer a luta pela cidadania do homem e da mulher que vivem no campo”, ponderou. Também presente na mesa, o deputado Federal Pedro Eugênio enfatizou que as presenças da Fetape e da Contag foram decisivas na luta democrática em defesa do meio rural. “Essas organizações tiveram um papel decisivo no diálogo junto à base e na mobilização das lideranças rurais na luta pela ampliação de direitos. Por essa legitimidade, eu me sinto comprometido com essa causa e tenho o prazer de ter contribuído com a redação da Política de Assistência Técnica e de estar, insistentemente, lutando, no Congresso Nacional, pela desburocratização dos Pronafs Jovem e Mulher”, complementou. Eleito com o apoio do Movimento Sindical Rural pelo seu compromisso com o Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), o prefeito do município de Águas Belas, Genivaldo Menezes, fez um apelo especial à plenária. “Nossa base tem poder e a prova disso é o fato de termos conseguido eleger vários representantes comprometidos com o nosso projeto de desenvolvimento. Neste ano, o grande desafio é mostrarmos, mais uma vez, o nosso poder, elegendo e reelegendo representantes comprometidos com a nossa bandeira”, reforçou. Convidado pela Fetape, o presidente da Contag, Alberto Broch, fez uma análise de conjuntura e expôs as conquistas e os desafios vivenciados pelo homem e a mulher do campo atualmente. Dentre os avanços, ele destacou a inclusão social e cidadã de 40 milhões de pessoas em situação de miséria. No âmbito dos desafios, o dirigente apontou as reformas política, agrária, tributária, do Judiciário e dos meios de comunicação, como demandas fundamentais. “Essas reformas são verdadeiros caminhos rumo à democratização e ao avanço da garantia das politicas públicas para as populações do campo e da periferia”, esclareceu. Em caráter urgente, Alberto Broch considera as eleições como uma demanda prioritária. Para ele, é importante que o Movimento Sindical Rural se mantenha integrado e abrace a luta por uma maior representatividade no Congresso Nacional. “Na conjuntura atual, o Congresso Nacional prioriza o agronegócio e nós precisamos nos fortalecer nesse espaço. Aqui em Pernambuco, temos que reeleger Manoel Santos para preservar nosso espaço no Legislativo local e ampliar as conquistas da agricultura familiar”, ponderou. Por fim, Alberto alertou: “Precisamos discutir e pensar caminhos para fortalecer a nossa representatividade sindical, pois as coisas mudaram. Antes, nós tínhamos mão de obra sobrando no campo e o grande desafio era a exploração do trabalho. Hoje, o desemprego é uma realidade preocupante e o nosso desafio é construir e manter um projeto de desenvolvimento para as famílias rurais”, explicou. As lideranças da base também enriqueceram o debate. “Além da educação, que é um gargalo, nós temos que pautar seriamente a questão da representatividade sindical, como forma de unificar a nossa pauta e nossa luta por direitos. Sem a base fortalecida, não conseguiremos alcançar esse objetivo”, avaliou o presidente do STTR de Orocó, Genilda da Silva. Já para o secretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do STTR de Jatobá, a moradia no campo deve ser incorporada aos desafios do Movimento Sindical Rural. “Nós ainda sofremos com a burocracia no PNHR e isso é um grande problema para as famílias rurais. Além do mais, nós precisamos avançar no processo de valorização do salário mínimo e na luta em defesa dos reassentados de Itaparica”, complementou. Outros participantes da mesa Toda a Diretoria da Fetape, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Veras; o representante da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), José Amaro; o presidente do Instituto de Cidadania do Nordeste (ICN), Givanilson Porfírio; o presidente do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), Espedito Rufino; o gerente Estadual do Pronaf no Banco do Nordeste, Josué Lucena; a presidente da Asa Branca, Rita Rosa; o presidente da Cooperativa Bemorar, Givaldo Cavalcanti; vereadores/as: Maria de Fátima ( Casinhas), Edvaldo Clarindo ( Joaquim Nabuco), Jerônimo Damasceno (Dormentes); o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos; e a presidenta do Centro de Articulação e Assessoria do Trabalho com Mulheres no Araripe (Caatma), Francisca Galindo. O Conselho termina hoje, no final da manhã. Na pauta do dia, estão as definições sobre o Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAPE - Ana Célia Floriano