Representantes da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape) se reuniram na segunda-feira (12), em Recife, com a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Maria de Oliveira. Os trabalhadorese trabalhadoras estavam acampados no pátio da superintendência desde a semana passada reivindicando solução para o conflito com o MST, referente à ocupação da fazenda Altinho, município de Gameleira, na zona da mata pernambucana.
Na reunião, ficou definido que até dia 30 deste mês as famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais ligados a Fetape, que estão às margens da BR 101, terão acesso às terras da fazenda Altinho.
O diretor de política agrária e meio ambiente da Fetape, Paulo Roberto Rodrigues Santos informou que o Incra vai realizar uma ação para a retirada dos movimentos que ocupam indevidamente as 23 áreas onde atualmente ocorrem conflitos. Será criada uma força-tarefa composta por representantes da superintendência do Incra, do Ministério Público e da Polícia Federal. Maria de Oliveira informou que essa força-tarefa visitará toda sexta-feira um assentamento diferente, na tentativa de solucionar os conflitos. Paulo Roberto disse que pretende criar uma comissão de trabalhadores e trabalhadoras rurais para acompanhar a ação das entidades pelo estado.
O secretário de Política Agrária e Meio Ambiente da Contag, Paulo Caralo, reafirma a urgência de o Incra solucionar os conflitos. "Nós cobramos do Incra nacional e das superintendências regionais que estejam atentos em relação à área que está sendo pleiteada, quem indicou a área e quem mobilizou os trabalhadores. Infelizmente nós percebemos que em algumas superintendências esse controle é muito precário", afirma Paulo.
Para entender
A Fetape já havia conseguido, em 19 de abril de 2005, a desapropriação da área de 700 hectares, onde está a fazenda Altinho, pelo Incra. Em dezembro do mesmo ano foi assinada a imissão de posse. Mas os agricultores nunca foram assentados, porque o MST ocupou a área logo após a desapropriação. Desde então, os trabalhadores e trabalhadoras da Fetape aguardam a posição do Incra debaixo de lonas, em um acampamento às margens da BR 101. Mas agora a BR será duplicada exatamente no trecho onde eles estão.
Fonte: Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape)