A Federação tem como filiados Sindicatos de 179 municípios, representando mais de um milhão de trabalhadores e trabalhadoras rurais do estado. Nesses 50 anos, tem desempenhado um papel central para a ampliação da cidadania dessas pessoas, com uma atuação que vai desde os processos reivindicatórios e propositivos, até o monitoramento da implementação de políticas públicas de competências municipais, estadual e federal. Isso ocorre em todas as frentes de interesses de agricultores familiares, assalariados rurais e assentados da reforma agrária. Sobre o processo de reforma agrária, a compreensão da instituição vai para além da questão da democratização da terra, mas faz a leitura de que, junto com isso, é preciso que as famílias tenham acesso a crédito, assistência técnica e infraestrutura social e produtiva nos assentamentos. A Federação é conhecida por ocupar terras, de forma pacífica, para denunciar junto ao poder público e à sociedade o descumprimento da função social em diversos latifúndios improdutivos no Sertão, Agreste e Zona da Mata. A Fetape contabiliza 2.500 famílias acampadas; 16.200 assentadas; e 4.800 beneficiadas pelo Cédula da Terra e Programa de Crédito Fundiário. Além dessas proposições diante do Poder Público, a Fetape sempre representou os trabalhadores perante os empregadores privados, buscando o aperfeiçoamento das relações de trabalho. Pela forte atuação nessa área, contribuiu com a construção de 32 convenções coletivas de trabalho dos canavieiros das usinas pernambucanas e 18 na atividade da fruticultura do Vale do São Francisco. E quando os acordos foram difíceis, a Federação liderou os trabalhadores em greves históricas, a exemplo da ocorrida em 1963. A incidência política da instituição nas questões ligadas aos assalariados e assalariadas rurais é destaque já desde o histórico “Acordo do Campo” (1963), na primeira administração do governador Miguel Arraes. Nesse período, foi assegurado aos canavieiros e canavieiras o direito ao salário, a condições mais dignas de trabalho e a não sofrer a permanente ação policial para reprimir as suas reivindicações, dentre outras conquistas. No campo da agricultura familiar, por meio de mobilizações, a exemplo do Grito da Terra Pernambuco, a instituição tem conquistado uma série de políticas agrícolas de assistência técnica, crédito e comercialização. Tudo isso sem contar o avanço das políticas sociais que atendem à realidade do campo: direitos previdenciários, educação, saúde, habitação rural, entre outras. “O mais importante é que, a cada dia, buscamos melhorar o nosso trabalho e reafirmamos o nosso compromisso com um modelo de desenvolvimento que garanta sustentabilidade socioambiental e econômica e qualidade de vida para a população do campo”, afirma o presidente da Fetape, Doriel Barros. Para festejar os seus 50 anos, a Fetape está realizando encontros regionais. Na Mata e Agreste, a comemoração ocorreu nos meses de abril e maio, respectivamente. No Sertão, será no dia 20 de junho, em Serra Talhada. Na programação, estão uma feira da agricultura familiar, atrações culturais, serviços de saúde e emissão de documentos, espaço brincante para crianças, entre outras atividades
FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAPE