Aconteceu, na segunda-feira (26), a primeira reunião depois da entrega ao governador Raimundo Colombo da pauta do Grito da Terra Brasil, Etapa Santa Catarina, em julho. Uma agenda contínua para avaliar o andamento das revindicações que constam no documento foi um pedido da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina – FETAESC, responsável pela pauta e que representa os agricultores (as) familiares catarinenses. O encontro, na sede administrativa do Governo do Estado, em Florianópolis, tratou de duas questões: problemas do fornecimento de energia elétrica nas regiões do Planalto Norte e Serrana e o subsídio de cinco mil reais do governo estadual para mil contratos habitacionais do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). Os dois itens constavam como urgentes na pauta catarinense em 2013. O grupo da Fetaesc foi liderado pelo presidente da entidade, José Walter Dresch, e contou ainda com o vice-presidente Luiz Sartor, os diretores Agnes Weiwanko, Adriano Gelsleuchter e Joãozinho Althoff. Também estavam presentes o assessor de Planejamento, Irineu Berezanski, e o técnico de Projetos e Habitação, Luiz Clauze. Do Governo do Estado estavam o secretário da Casa Civil, Nelson Serpa, o diretor presidente da Celesc, Cleverson Siewert, representantes da Epagri, Cidasc e Secretaria da Agricultura. O presidente da Celesc começou a reunião fazendo um balanço do trabalho da estatal no setor rural na região do Planalto Norte, onde a concentração de produtores de tabaco é grande. A cultura está passando por um processo de eletrificação de estufas, que antes eram feitas por queima de madeira, o que tem causado uma demanda maior de consumo. Cleverson disse que a empresa tem em seus planos um planejamento de investimento na área com a substituição da eletrificação, mas que o projeto está com problemas ambientais e por isso não consegue avançar. Em relação às podas e manutenção, ele afirmou que estão sendo investidos 12 milhões de reais, o que, segundo ele, é o dobro do valor do último ano. Isso deve melhorar o tempo de resposta dos serviços para a comunidade do Planalto Norte. A região deve passar de 4 equipes de atendimento emergências para 7. Em relação a mudança dos sistemas de energia das estufas, Cleverson disse ainda que existe a possibilidade de subsídios do governo na compra desses equipamentos e que para isso pediu estudo de demanda, para viabilizar o projeto. Com o estudo em mãos, a Celesc vai poder saber com quanto cada parte do setor público poderia participar. Segundo números extra oficiais, a região do Planalto Norte pode ter mais de 15 mil estufas, sendo 30% no modelo elétrico e o restante com queima de madeira. Ficou definido que a Epagri e Cidasc, em parceria com os Sindicatos de Trabalhadores (as) Rurais filiados Fetaesc, farão os levantamentos solicitados pela Celesc. Habitação Rural No setor de Habitação, o governador Raimundo Colombo havia concordado em subsidiar mil moradias no Programa Nacional de Habitação Rural, com o valor de cinco mil reais cada unidade, outra revindicação da Fetaesc. O anúncio foi realizado pelo próprio governador em evento da Fetaesc no dia 2 de julho. Contudo, falta definir quando o dinheiro vai estar disponível. Segundo Nelson Serpa, o governo não dispõe deste montante para este ano, por não estar programado no orçamento de 2013. Será preciso fazer uma emenda e viabilizar a verba. Ele disse que vai acelerar o processo para que ainda este ano mais mil unidades pudessem sair do papel com subsídio para o PNHR catarinense, e pediu mais 30 dias de prazo para fazer essa reorganização dentro do orçamento. Avaliação da Fetaesc é positiva O presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, avaliou positivamente a reunião. “Eu vejo como positiva a reunião dessa segunda-feira. A questão do abastecimento de energia elétrica é preocupante, principalmente no Planalto Norte com o fumo e na Região Serrana com o leite. Temos que dar as mínimas condições do nosso produtor poder trabalhar, e, nesse processo, a rede de energia elétrica e a qualidade desse serviço são fundamentais. Vamos continuar cobrando mais investimentos”, disse Walter. Dentro de 60 dias mais uma reunião com o grupo de trabalho da Fetaesc e Governo do Estado será agendada. Na pauta do novo encontro a avaliação do andamento dos dois itens de hoje e novos pontos da pauta do Grito da Terra. Geradores Ainda durante a reunião foi definido que o estado, em conjunto com os Sindicatos de Trabalhadores Rurais filiados a Fetaesc, Epagri e Cidasc realizarão um levantamento para descobrir quantas propriedades rurais precisam de geradores. O resultado servirá de base para o governo do estado lançar um programa de compra de estufas subsidiadas pelo setor público. O valor, se integral ou parte dos custos, ainda serão definidos. A Celesc também deve colaborar nesse montante. O presidente da Fetaesc, defende o programa. “Subsidiar a compra de geradores será um acerto muito grande por parte do governo. Faz tempo que o produtor rural vem sofrendo com as quedas de energia na rede elétrica, e não suporta mais tantos problemas no fornecimento. Muitos querem crescer, plantar mais, contudo acabam sendo impossibilitados pela falta de investimentos no setor ao longo dos anos”, avaliou Walter. O levantamento vai iniciar em breve e será apresentado na próxima reunião do grupo de trabalho daqui a 60 dias. A Fetaesc quer antecipar a reunião para agilizar o processo. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAESC - Beto Motta