A FETAEMA, através do seu presidente Chico Miguel, esteve denunciando nestes últimos dias as condições degradantes em que muitos trabalhadores (as) rurais se encontram no Maranhão. A divulgação da lista suja do trabalho apresentada recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em que o Maranhão aparece na 4ª posição, com um número de 30 empregadores escravistas, só vem a confirmar a verdadeira situação em que se encontra o campo maranhense. “Constantemente estamos recebendo em nossos Sindicatos dos Trabalhadores (as) Rurais, denuncias de trabalho escravo em todo estado. Homens, mulheres, crianças e até idosos (as), não têm seus direitos adquiridos, ou melhor, não estão sendo respeitados. Há casos de trabalhadores (as) dormindo junto aos animais das fazendas, se alimentando com restos de comidas, bebendo água onde muitas vezes até sapos são encontrados. Vale ressaltar que se a lista suja aponta o estado na 4ª posição, para nós, o Maranhão esta na 1ª, pois na pesquisa são contados apenas trabalhadores(as) escravizados(as) dentro do Maranhão, mas nós sabemos que os maranhenses são a principal mão de obra nos estados do PA, MT, MG e SP. Para combater este descaso com os nossos trabalhadores (as) rurais, estamos nas ruas com as nossas ações de massa, através dos nossos meios de comunicação, em negociações junto aos órgãos competentes, denunciando as várias situações do trabalho degradante”, Chico Miguel, presidente da FETAEMA em entrevista a TV RECORD. Outro ponto forte da entrevista e que merece uma reflexão é o envolvimento de prefeitos (as), deputados (as), senadores (as), entre outros políticos atuais, que estão na “lista suja” do MTE. “É triste constatar que políticos que deveriam defender os direitos da nossa categoria, são justamente os que praticam tal crime, pior ainda é saber que estes são apadrinhados por parlamentares que defendem o direito de explorar a mão de obra do campo. Precisamos urgente que estes políticos sejam punidos e que os nossos trabalhadores (as) rurais, tenham seus direitos assegurados e respeitados”, Chico Miguel, presidente da FETAEMA. Na matéria “ Mais escravos no MA” do Jornal O IMPARCIAL, o presidente Chico Miguel, destacou o papel da FETAEMA, na luta pela erradicação do trabalho escravo no Maranhão. “A FETAEMA tem feito o seu trabalho para erradicar o trabalho escravo por meio de seminários, fiscalização, orientação, informação e até mesmo denúncias aos órgãos competentes como o Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público e Procuradoria do Trabalho. Mas mesmo assim, homens e mulheres tem saído da sua terra em busca de trabalho, principalmente nas cidades de Timbiras, Codó, Coroatá, Peritoró, São Mateus e São Luís Gonzaga e indo para os outros estados como Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Região Tocantina. Chico Miguel também falou que atualmente há Sindicatos Rurais em todas as cidades maranhenses para orientar esses “homens” e “mulheres”, inclusive, no tocante a assinatura da carteira de trabalho de forma imediata. “No Maranhão, as pessoas costumam irem para as cidades onde há predomínio da atividade pecuária, principalmente, de gado”, comentou. Ele ainda relatou que a figura do “gato”, o agenciador que leva as pessoas para trabalhar nas fazendas, diminuiu cerca de 50% nestes últimos anos. No momento, os empregados enviam ônibus ou mandam o dinheiro da passagem para as pessoas, no entanto, nessa prática o perigo se torna maior. “O homem vai pensando em um serviço conforme manda as leis trabalhistas e chegando no local é para ser escravizado”, alertou. EMPREGADORES DO MARANHÃO NA 'LISTA SUJA' DO TRABALHO ESCRAVO 1. AB de Carvalho (Fazenda Nativa 3; Santa Luzia do Tide) 2. Adailto Dantas de Cerqueira (Fazenda São Jorge; Santa Luzia do Tide) 3. Agenor Batista dos Santos (Fazenda União; Açailândia) 4. Alcides Reinaldo Gava (Fazendas Reunidas São Marcos e São Bento; Carutapera) 5. Alsis Ramos Sobrinho (Carvoaria do Alsis; Açailândia) 6. Antônio Aprígio da Rocha (Fazenda Barro Branco; Santa Luzia do Tide) 7. Antônio Barbosa Passos (Fazenda Reluz; Bom Jesus das Selvas) 8. Antônio das Graças Almeida Murta (Fazenda Lagoinha, na BR-222; Açailândia) 9. Antônio das Graças Almeida Murta (Fazenda Lagoinha, na Rua Rio Grande; Açailândia) 10. Antônio Erisvaldo Sousa Silva (Fazenda Pampulha; Açailândia) 11. Antônio Fernandes Camilo Filho (Fazenda Lagoinha, na BR-222; Bom Jesus das Selvas) 12. Antonio Fernandes Camilo Filho (Fazenda Lagoinha, na Zona Rural; Bom Jesus das Selvas) 13. Antônio Gonçalves de Oliveira (Fazenda União; Carutapera) 14. Antônio Vieira Fortaleza (Fazenda Boa Esperança; Bom Jardim) 15. Elizeu Sousa da Silva (Fazenda Santo Antonio; Açailândia) 16. Esperança Agropecuária e Indústria Ltda (Fazenda Entre Rios; Maracaçumé) 17. Francisco Costa da Silva (Fazendas Asa Branca 1 e 2; São João do Caru) 18. Francisco Gil Cruz Alencar (Fazenda Coronel Gil Alencar (Gilrassic Park); Santa Inês) 19. João Feitosa de Macedo (Fazenda J. Macedo; Bela Vista do Maranhão) 20. José Celso do Nascimento Oliveira (Fazenda Planalto 2; Santa Luzia do Tide) 21. José Edinaldo Costa (Fazenda Palmeiras; Santa Luzia do Tide) 22. José Egídio Quintal (Fazenda Redenção; Açailândia) 23. José Rolim Filho (Fazendas São Raimundo e São José; Peritoró) 24. Lidenor de Freitas Façanha Júnior (Fazenda Maria de Jesus; Governador Archer) 25. Max Neves Cangussu (Fazenda Cangussu; Bom Jardim) 26. Nyedja Rejane Tavares Lima (Fazenda Thâmia; Santa Luzia do Tide) 27. Ramilton Luís Duarte Costa (Fazenda Terra Bela; Governador Edison Lobão) 28. Roberto Barbosa de Souza (Fazenda Barbosa; Santa Luzia do Tide) 29. Rui Carlos Dias Alves da Silva (Fazendas Agranos/Sanganhá/Pajeú; Codó) 30. Vilson de Araújo Fontes (Fazenda Cabana da Serra; Santa Luzia do Tide) INFORME FETAEMA O trabalho escravo costuma acontecer principalmente nas zonas rurais, nas cidades essa modalidade de trabalho é mais complicada de existir, mesmo por que alguma hora uma pessoa irá perceber a irregularidade e consequentemente virá a denuncia. Durante os últimos tempos os flagras referente ao trabalho escravo aconteceram principalmente nas carvoeiras, onde as pessoas eram expostas a uma alta salubridade e sem um mínimo de conforto em suas horas vagas, sem contar que a alimentação na maioria das vezes é precária e a remuneração não existe, e quando a pessoa que está oferecendo o serviço resolve pagar, acaba sendo um valor absurdo. Nesses casos a denuncia acaba sendo um pouco mais complicada, por que a pessoa acaba não tendo um contato direto com o local de trabalho desses trabalhadores(as) assalariados(as) rurais, porém na maioria das vezes a denuncia acaba vindo dos(as) próprios(as) assalariados(as) rurais que atuam nesse tipo de serviço. Essa denuncia pode ser feita ao Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais de sua cidade, a FETAEMA, ou qualquer outro local que faça valer seus direitos. COMO DENUNCIAR? A primeira coisa a se fazer é saber se sua cidade ou região conta com um Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais, nesse local com certeza você encontrará toda a ajuda que precisa, pois nos STTR´s você encontrará pessoas que sempre procuram garantir os direitos dos assalariados(as) rurais. Telefone da FETAEMA (98) 32198700 Secretaria de Assalariados (as) Rurais da FETAEMA - (98)3219 8710 Ministério do Trabalho: 0800-610101 DENUNCIE! FONTE: Imprensa FETAEMA - Barack Fernandes