Diretores de federações das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste se reuniram nesta semana na Contag para discutir uma proposta de convenção coletiva nacional para o setor da cana. Na reunião, coordenada pela secretaria de Assalariados e Assalariadas da Confederação, foi formado um grupo de trabalho responsável pela elaboração da proposta.
A principal preocupação dos dirigentes sindicais é incluir direitos e benefícios dos trabalhadores e trabalhadoras rurais que atuam no plantio, corte e beneficiamento da cana nas propostas para o setor apresentadas por usineiros e referendadas pelo governo. De acordo com o secretário de Assalariados e Assalariadas da Contag, Antonio Lucas, a principal preocupação dos sindicalistas é com a expansão do setor sucroalcooleiro.
"A proposta gira em torno da expansão do etanol, as relações de trabalho e os impactos dessa expansão, como desemprego e a questão da saúde. Vamos lutar por políticas públicas para resolver problemas como esses", diz.
A meta do grupo de trabalho é apresentar a proposta até o mês de junho e então começar a discussão com o governo. Foi consenso na reunião que os trabalhadores e trabalhadoras do setor não assinarão acordos ou protocolos que não tiverem o envolvimento direto do governo.
"O governo só quer intermediar, não quer participar conosco da negociação e só faremos qualquer tipo de negociação se o governo participar como autor das propostas junto com a gente", enfatiza o vice-presidente e secretário de Assalariados e Assalariadas da Fetaeg, José Maria de Lima.
Para o diretor de Política Salarial da Fetape, José Rodrigues, condições de trabalho iguais, proteção e segurança no trabalho, transporte seguro, alojamento e bem estar são alguns dos itens que não podem faltar em uma proposta de convenção nacional. "Defendemos a convenção nacional onde os pontos sejam tirados para que os trabalhadores assalariados da cana do Estado e de outras regiões sejam contemplados", acrescenta.
O presidente da Contag, Manoel dos Santos, ressalta que uma convenção nacional para o setor canavieiro não substitui as convenções estaduais. Ele explica que a principal preocupação agora é construir uma proposta unitária entre as federações para ser defendida na negociação com governo e setor patronal.
"Acho que o fundamental dessa nossa discussão é formar um grupo de trabalho com participação de técnicos e dirigentes sindicais para construir os pontos que nós vamos apresentar para uma negociação, tanto do ponto de vista de uma reivindicação frente ao empresariado, quanto os pontos de reivindicação com o governo", conclui. FONTE: Ciléia Pontes