Na tarde desta segunda-feira, 02, a CONTAG recebeu em sua sede o ativista indiano Kailash Satyarthi, referência mundial na discussão sobre trabalho infantil, e representantes de algumas das entidades componentes da Marcha Global Contra o Trabalho Infantil, para uma reunião de debate sobre a repercussão da Conferência Global sobre este tema, realizada em outubro, e discussão dos próximos passos para colocar em prática tudo o que foi encaminhado pela Conferência. Entre as entidades presentes estavam CUT e CTB, Fundação Abrinq, Instituto Marista de Assistência Social, Fundação Telefônica e Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Representando a CONTAG, estiveram presentes o vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Willian Clementino, o secretário de Políticas Sociais, José Wilson Gonçalves, e a secretária de Jovens Trabalhadores(as) Rurais, Mazé Morais, além da assessoria. O presidente Alberto Broch foi quem fez a abertura da reunião, dando as boas vindas a todos e todas e falando sobre o trabalho da CONTAG nesse processo de discussão sobre o trabalho infantil. Ao introduzir o tema do trabalho infantil, Willian Clementino lembrou que ele mesmo trabalhou na roça ainda criança, e ressaltou que um dos principais fatores que impulsionam esse tipo de trabalho é a falta de políticas públicas. “A ausência de políticas de educação impulsiona os pais a levarem as crianças para um lugar inadequado, e elas acabam se envolvendo com o trabalho. Hoje, temos uma defasagem grande de políticas publicas para crianças no campo, o que as prejudica muito. Precisamos avançar muito no aspecto da cultura, lazer e esporte”, declarou. José Wilson, por sua vez, falou sobre o envolvimento e trabalho da CONTAG nessa discussão. “Estamos preocupados em como podemos contribuir para acabar com o trabalho infantil na agricultura familiar, onde os pais, pela dificuldade financeira, acabam envolvendo as crianças no trabalho. Agora estamos envolvidos e fazendo parte do Fórum Nacional, articulados a organizações nacionais e internacionais que discutem o trabalho infantil”. Já Kailash Satyarthi levou para a discussão uma vertente muito importante do problema a necessidade da educação para a erradicação do trabalho infantil e melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes em todo o mundo. “Ao falarmos do trabalho infantil, temos que unir a criança trabalhadora à educação, e uma educação de qualidade, igualitária e que as prepare para a vida. Essa educação deve ser a nossa meta principal, mas não e fácil. O governo tem que investir mais dinheiro para investir em educação de qualidade e programas sociais de proteção para as famílias, o que deveria ser um direito universal”, disse o ativista. Ao falar do trabalho na agricultura, Kailash afirmou que cabe aos agricultores e agricultoras, e suas entidades representativas, lutarem por melhorias na condição social dessas crianças “Os trabalhadores(as) devem ter uma voz mais forte nas negociações para conseguir melhores preços para os produtos, sendo uma alternativa a favor da formação da juventude”, e completou: “Estamos contentes com o resultado da conferência, mas não podemos ficar somente nisso, temos que continuar trabalhando”. Essa foi a primeira de uma série de reuniões que a Marcha Global Contra o Trabalho Infantil estará realizando nos próximos dias. FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila