A Zona da Mata pernambucana tem passado por profundas mudanças nas suas bases produtivas. No entanto, isso vem acontecendo sem que sejam saldadas dívidas sociais históricas, que deixaram profundas marcas na região: pobreza, desigualdade social, concentração de terras, baixa escolaridade, mortalidade infantil, altos índices de violência, dentre outros problemas. Diante desse cenário, Movimentos Sindicais e Sociais e Organizações Não Governamentais elaboraram um conjunto de Diretrizes para Reestruturação Socioprodutiva da região. O Documento será entregue aos governos e ao Poder Legislativo, nos níveis municipais, estadual e federal, na próxima segunda-feira, 12, às 14h, na Sede do Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista, no Recife. As 85 propostas do documento são uma contraposição ao modelo de desenvolvimento excludente e injusto vigente na região, fruto da ausência de políticas públicas estruturantes que criem condições necessárias para promover a qualidade de vida dos homens e das mulheres que vivem no campo e na cidade, o que vem ameaçando a produção de alimentos e, consequentemente, a soberania e segurança alimentar e nutricional das populações urbanas e rurais. As diretrizes focam nos seguintes eixos: permanência e acesso à terra e ao território; assalariamento rural; sistema produtivo, agroecologia, segurança e soberania alimentar; e políticas públicas e projetos/programas sociais. A iniciativa de reunir parceiros para a construção desse documento foi da Fetape e a produção do texto foi subsidiada por um ciclo de reuniões, oficinas e seminário, que, além de envolver as organizações que assinam as Diretrizes, possibilitaram a escuta de moradores da região, pesquisadores e economistas, a exemplo de Tânia Bacelar. Documentos trabalhados em debates passados também foram utilizados como referenciais para a produção das propostas. O objetivo é que, a partir dessas contribuições da sociedade civil, os poderes Legislativo e Executivo possam adotar um novo olhar para a região, garantindo políticas públicas que possibilitem um desenvolvimento com justiça social e ambiental. Secretarias do Governo do Estado, Amupe e representantes da Assembleia Legislativa e do Governo Federal já confirmaram presença. Assinam o documento: Fetape, Sindicatos dos/as Trabalhadores/as Rurais, Contag. CUT/PE, CTB, MST, MLST, CPT, Centro Sabiá, Serta, Fase, Centro Josué de Castro, LecGeo/UFPE, ICN, Coopagel, Assocene, Dieese, Fesan. FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAPE - Ana Célia Floriano