Mais um bom exemplo vem da Amazônia. A Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) vem colhendo bons frutos na atuação junto a ribeirinhos dos municípios de Iranduba e Manacapuru, através do projeto "Difusão de tecnologias de culturas alimentares destinadas aos agricultores familiares de várzea do Amazonas", financiado pelo Programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Sustentável (MDS).
O projeto tem como objetivo reduzir o déficit alimentar nas áreas carentes de várzeas do Rio Amazonas por meio da introdução de unidades demonstrativas de feijão, arroz e milho. Com apoio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam) e prefeituras desses municípios, estão sendo incorporadas tecnologias de produção agrícola nessas comunidades de várzea, que são áreas de alta fertilidade natural, além de materiais genéticos com alto potencial produtivo, reaplicação de tecnologias nas comunidades contempladas, produção para consumo e comercialização do excedente, noções de cooperativismo/associativismo e capacitação paratécnicos e agricultores.
A atuação da Embrapa no programa Fome Zero contribui para uma proposta de desenvolvimento que, além da oferta de alimentos e da preservação ambiental, cria e amplia as oportunidades de trabalho e de renda, sempre com ênfase nos interesses dos jovens produtores rurais inseridos na agricultura familiar.
O projeto tem a vantagem de levar conhecimentos teóricos e também fornecer os equipamentos necessários para processar os grãos que serão produzidos nas comunidades assistidas. Além das Unidades Demonstrativasinstaladas, estão sendo levados kits de beneficiamento de grãos que incluem máquina debulhadeira, manual de feijão caupi e de milho, trilhadeira e beneficiadora de arroz, secador solar para grãos e paiol para armazenamento de pequenas quantidades. Também é feita a capacitação técnica sobre as culturas ora instaladas para os agricultores/líderes de comunidades e técnicos do Idam e das secretarias de produção dos municípios envolvidos.Andamento do projeto - Foram implantadas 26 unidadesdemonstrativas com as culturas de feijão caupi, arroz e milho, 73% acima do programado no projeto inicial, que previa 15 unidades demonstrativas. Foram treinados 150 técnicos da Ater e agricultores familiares, sendo que o programado inicialmente era de apenas 108, e realizados oito cursos de capacitação, 99 a mais que o número primeiramente previsto, além de três cursos para líderes comunitários sobre organização e/ou cooperativismo.
As unidades demonstrativas instaladas foram monitoradas por pesquisadores da Embrapa e por técnicos do Idam, que fizeram visitas técnicas periódicas desde o preparo do solo para as culturas até a colheita, beneficiamento dos grãos e armazenamento de sementes. Nas áreas de produção, outra parte foi reservada para sementes, visando a produção do próximo ciclo, enquanto uma parte foi separada para o consumo dos assistidos e o excedente foi comercializado pelas próprias comunidades.
Conforme Miguel Dias, os resultados obtidos, até o momento, foram a incorporação de tecnologias de produção agrícola na comunidade, introdução de materiais genéticos com alto potencial produtivo, reaplicação de tecnologias nas comunidades contempladas, produção para consumo e comercialização do excedente, noções de cooperativismo/associativismo e capacitação para técnicos e agricultores. Experiência - A Embrapa pesquisa arroz e mandioca há 25 anos e já tem materiais genéticos selecionados e adaptados às condições de clima e solo da região. Mas ainda existe uma lacuna muito grande entre a pesquisa e os principais interessados nessas informações: os produtores rurais. Para diminuir esse problema, as instituições ligadas ao setor agropecuário promovem as ações de transferência de tecnologia, como as Unidades de Observação e os dias de campo, momentos estes em que os pesquisadores, técnicos agrícolas, agentes da extensão rural e os produtores rurais se encontram e debatem os problemas vivenciados pelo homem do campo e juntos buscam melhorias para o setor. Fonte: Site da Embrapa