Classe patronal trouxe para a 1ª rodada de negociação com a Fetaep um piso de R$ 572,25, ou seja, o mínimo de R$ 545 mais 5% Em reunião realizada no dia 07 de abril, representantes da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) estiveram na Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep) para a 1ª rodada de negociação com vistas à assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho que abrange trabalhadores rurais de Bocaiúva do Sul, Brasilândia do Sul, Guaporema e São Jerônimo da Serra. Além destes, a Convenção também é válida em nível estadual para os trabalhadores de municípios que não possuem a representação de um sindicato – seja patronal ou laboral. No encontro, a classe patronal trouxe para a mesa de negociação um piso de R$ 545 mais 5%, ficando R$ 572,25, enquanto que a proposta da Fetaep é de R$ 770. Para o diretor de Assalariados da Fetaep, Jairo Correa, o que a Faep propõe está muito distante da realidade econômica estadual – “uma vez que a média salarial no setor rural gira em torno de R$ 800”, informa Correa. Além disso, tem a questão do piso regional que – a partir de maio – será R$ 708. Em virtude disso, não houve avanço nas negociações. Segundo o coordenador da Comissão de Negociação da Faep, Francisco Carlos do Nascimento, o entrave da negociação está justamente em torno do piso estadual. De acordo com ele, a exigência da Fetaep está impossibilitando o avanço das negociações. “Estávamos confiantes de que o governo mudasse a política de reajuste do piso estadual e que ele ouvisse com mais calma as entidades patronais. Porém, essa expectativa não se concretizou”, disse. Por enquanto, as entidades estão em um impasse uma vez que os Sindicatos filiados à Fetaep também não aceitam assinar a CCT com um piso inferior ao estadual. O assessor jurídico da Fetaep, Carlos Buck, informou à entidade patronal que a Federação dos Trabalhadores e os Sindicatos dos Trabalhadores não podem desrespeitar uma lei estadual e jogar para o alto todas as lutas em torno do piso paranaense. Para os empregadores, o salário estadual veio a engessar as negociações salariais entre as entidades sindicais tendo em vista que o executivo retirou das entidades o papel de negociar. A preocupação da Fetaep é que essa desvalorização salarial no campo acabe afastando ainda mais os trabalhadores da área rural. “Muitos estão abandonando o campo e indo para a cidade trabalhar na construção civil – que está aquecida – em virtude da baixa renda e das condições de trabalho”, salientou o presidente da Fetaep, Ademir Mueller. Piso regional fica valendo - Como não houve até agora uma negociação direta e devido à falta de um instrumento coletivo de trabalho que ampare os trabalhadores, o diretor da área de Assalariados, Jairo Correa, alertou aos representantes da Faep que o piso estadual já está valendo para estes trabalhadores. Diante dos resultados obtidos, o próximo passo a ser tomado pela Fetaep será o agendamento de uma mesa redonda junto à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR). “Quem sabe, com a mediação da esfera federal, consigamos algum avanço”, espera Mueller. A Fetaep foi representada por toda a diretoria executiva – Ademir Mueller, Mário Plefk, Jairo Correa, Aristeu Ribeiro, Mercedes Demore e Marcos Brambilla – e pelo assessor jurídico Carlos Buck. Já a Faep esteve representada pelo coordenador da Comissão de Negociação, Francisco Carlos do Nascimento, pelo diretor da entidade, Livaldo Gemin, e pelo assessor jurídico, Klauss Dias Kuhnen. FONTE: Comunicação da Fetaep