Oito assentamentos da reforma agrária do Mato Grosso constam no topo da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. A relação foi divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no último dia 29 de setembro. O secretário de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do estado (Fetagri/MT), Antonio Paula Silva, contesta as informações. O dirigente sindical afirma que os assentamentos estão levando a culpa pela degradação dos grandes latifundiários da região.
O secretário da Fetagri/MT rebate os dados e diz que o levantamento não reflete a realidade do estado. "Sentimos-nos prejudicados com essas informações. Os assentamentos não ocupam nem 6% da área total do estado. Então, como podemos ser considerados os maiores desmatadores?", questiona.
De acordo com Silva, a devastação da floresta, na região, por grandes madeireiras e latifundiários ocorre há décadas e só agora o governo federal foi atrás dos culpados. Lembra também que os assentamentos foram criados em áreas anteriormente degradadas. "O governo não resolveu essa situação no passado e agora quer dizer que os assentados são os culpados? Temos a consciência tranqüila de que não somos os responsáveis pela devastação da Floresta Amazônica no Mato Grosso", enfatiza.
A divulgação da lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia pelo MMA causou revolta. O Ministério não soube dizer o período em que ocorreu o desmatamento. O Incra promete recorrer na Justiça das multas aplicadas pelo Ibama e defende que as áreas foram degradadas ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Diante da polêmica, o ministro da pasta, Carlos Minc, deu prazo de 60 dias para que o órgão analise todas as contestações.
Nota - Ontem a Contag divulgounota pública na qual enfatiza ser contra o desmatamento na Amazônia e a implantação de grandes projetos na região. A entidade exige o fortalecimento institucional, a aplicação de políticas públicas para a regularização fundiária e a realização da reforma agrária com projetos de assentamento sustentáveis e adequados à região. FONTE: Ciléia Pontes, Agência Contag de Notícias