Nesta terça-feira (03), aconteceu na Câmara Federal, uma sessão solene para debater "o diagnóstico, as desigualdades e as perspectivas do mundo do trabalho no Brasil, em razão do Dia 1º de Maio, Dia do Trabalho". A sessão de requerimento do deputado Bohn Gass (PT/RS), contou com a participação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), da Confederação Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), de parlamentares e de várias entidades sindicais.
Representando a CONTAG, a secretária de Meio Ambiente, Sandra Paula Bonetti, ao fazer uso da palavra, disse que o País vive uma grave crise econômica, política e social. Voltamos ao mapa da fome, da miséria, da pobreza, da estagnação econômica, da precarização do mundo do trabalho, da desproteção social, trabalhista e previdenciária, do aumento das desigualdades e da perda da soberania.
Sobre o trabalho rural, Sandra afirmou que os aspectos econômicos e sociais pioram para estes grupos, pois há mais desigualdade, fome, exploração e a contaminação por agrotóxicos. São milhões de pessoas, por exemplo, que trabalham na primeira etapa das cadeias de fornecimento de alimentos, mas muitos destes postos de trabalho não protegem estes trabalhadores e trabalhadoras que, com frequência, são sujeitados a salários baixos e ao trabalho análogo à escravidão. E fechou sua fala destacando que é urgente que todos os setores da sociedade se reúnam e construam propostas com soluções para retirar a classe trabalhadora da vulnerabilidade social e econômica.
O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Dieese, lembrou da ofensiva sobre a classe trabalhadora, após a reforma trabalhista. Os que defenderam a reforma trabalhista diziam que ela diminuiria a informalidade, mas não é isso que está acontecendo, pois temos hoje, 12 milhões de desempregados e estamos com quase a metade da população economicamente ativa na informalidade. Um índice cada vez maior de subutilizados, ou seja, um processo de precarização e perda de direitos, destacou.
Segundo Gabriel Santos, presidente da Confederação Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais, o Brasil passa por um momento de descaso total com a classe trabalhadora, com cerca de 60% dos(as) assalariados(as) vivendo na informalidade (sem ter a carteira de trabalho assinada). Em alguns estados esse índice passa de 90%. E completou. De 1995 a 2020, temos mais 55 mil assalariados(as) resgatados(as) de trabalho escravo. Uma situação extremamente preocupante que piora a cada dia, com a destruição do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), corte no orçamento federal que impossibilita o trabalho de auditores fiscais e consequentemente aumenta o trabalho escravo no Brasil.
Ao final, o deputado Bohn Gass, frisou que o trabalhador e a trabalhadora precisam ter amparo, regulamentação, segurança, salário digno. Não teremos uma sociedade com desenvolvimento, se não tivermos renda, segurança e previdência (...) Se o Brasil respeitar o trabalhador(a), terá também sua soberania respeitada interna e externamente como nação.
Em nome da CONTAG, também estiveram presentes na sessão solene, a secretária de Jovens, Mônica Bufon e Assessoria da Confederação.
Assista a Transmissão da sessão solene AQUI
FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes