Hoje, 15 de outubro, é celebrado o Dia da Mulher Trabalhadora Rural. Neste ano de eleição, participamos de uma acirrada disputa entre democracia e ameaça de fascismo, trata-se de mais um dia de luta de todas essas valentes trabalhadoras que no campo, floresta e águas de todo o País resistem a retrocessos, preconceitos, violência. As mulheres trabalhadoras rurais são um dos segmentos mais afetados pelos enormes cortes no orçamento de políticas para o campo propostos por este governo federal para o ano de 2019. O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2019 (PLOA 2019), por exemplo, não previu nenhum centavo para as políticas de Apoio à Organização Econômica e Promoção da Cidadania de Mulheres Rurais. Os recursos destinados na PLOA 2019 para as políticas de Promoção da Igualdade e Enfrentamento à Violência foram de apenas R$ 25 milhões, valor 67% menor que o de 2018. Podemos citar ainda o corte completo de recursos para o programa de Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar e a destinação insignificante para a política de Obtenção de Imóveis Rurais para Criação de Assentamentos da Reforma Agrária. “Mas os desafios não se limitam à questão financeira. O momento político em que estamos deixa clara uma divisão social em que parte da sociedade apoia a perda de direitos e a violência, quando existe um candidato que defende que as mulheres devem ganhar menos porque engravidam, ou que, quando era parlamentar, aprovou um projeto de lei que diminui o direito a atendimento médico de mulheres vítimas de violência sexual”, argumenta a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais. Como coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, a CONTAG se firma cada vez mais na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, igualdade, justiça e garantia de direitos, que oportunizem autonomia e liberdade às mulheres. Pilares que têm sido sistematicamente ameaçados desde o golpe político-jurídico-midiático dado contra a democracia, na figura da primeira mulher eleita presidenta da República, em 2016. “Nós, mulheres do campo, da floresta e das águas lutaremos ao lado de todas e todos que atuam de forma articulada contra as grandes corporações, o agronegócio e que defendem o ódio e a violência como ferramenta de controle das nossas vidas e corpos. Lutaremos para que as suas agendas sejam derrotadas nas urnas. Nestas eleições, estão em jogo a nossa democracia, o direito a um país com igualdade social, de gênero, raça e etnia e com soberania alimentar, energética e hídrica”, completa Mazé Morais. Para a dirigente, este 15 de outubro de 2018 é uma data significativa para as Mulheres Trabalhadoras Rurais, pois marca a oportunidade de atuar com cada vez mais união, força e solidariedade na busca por um futuro digno, com qualidade de vida, produção de alimentos saudáveis, com agroecologia, inclusão social, fortalecimento da cultura e dos saberes do campo, com igualdade entre as pessoas, sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação. FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto