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CESTA BÁSICA
Custo da cesta básica aumenta em 12 capitais
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07 de Novembro de 2022


Comunicação: Arte - Fabris Martins
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O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 12 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%). Já as reduções mais importantes ocorreram em algumas cidades do Norte e Nordeste: Recife (-3,73%), Natal (-1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).

 Porto Alegre foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 768,82), seguida por São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82), Rio de Janeiro (R$ 736,28) e Campo Grande (R$ 733,65). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 515,51), Recife (R$ 558,40), João Pessoa (R$ 559,57) e Salvador (R$ 562,59). 

A comparação dos valores da cesta, entre outubro de 2022 e outubro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 5,48%, em Vitória, e 15,38%, em Salvador.

Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Campo Grande (14,39%), Goiânia (13,15%), Porto Alegre (12,58%), Brasília (12,47%) e Curitiba (10,80%). Em Recife, foi observado o menor percentual (4,89%).

Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em outubro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.458,86, ou 5,33 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.306,97 e correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.886,50 ou 5,35 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00. 


Cesta x salário mínimo

Em outubro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 37 minutos, maior do que o registrado em setembro, de 118 horas e 14 minutos. Em outubro de 2021, a jornada necessária era de 118 horas e 45 minutos. 

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em outubro de 2022, 58,78% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mais do que em setembro, quando precisou usar 58,10%. Em outubro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 58,35%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta  

Em outubro, o preço da batata aumentou em todas as cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado. A diminuição da oferta foi explicada pelo fim da safra de inverno e pelas chuvas. As altas mais expressivas foram registradas no Rio de Janeiro (32,43%), em Brasília (31,56%), Campo Grande (28,81%) e Goiânia (28,57%). Em 12 meses, todas as cidades apresentaram taxas positivas, com destaque para Belo Horizonte (36,06%) e São Paulo (32,67%). 

O preço do tomate aumentou em 13 das 17 capitais, com taxas que oscilaram entre 0,23%, em João Pessoa, e 38,33%, em Belo Horizonte. Houve diminuição de preço em algumas cidades do Nordeste, como Recife (-31,67%), Natal 

(-15,77%) e Aracaju (-1,31%); e do Norte, como Belém (-0,87%). Em 12 meses, 14 cidades tiveram redução do preço do fruto, com destaque para Brasília 

(-37,54%) e Vitória (-32,84%). A oferta caiu por causa da diminuição da colheita da safra de inverno.

O preço do quilo do pão francês aumentou em 12 das 17 capitais, com destaque para as variações em Porto Alegre (2,06%), Fortaleza (1,48%), João Pessoa (1,23%) e Belo Horizonte (1,04%). Em Vitória e em Belém, o preço não se alterou; e, houve diminuição de valor em Brasília (-0,76%), Campo Grande (-0,31%) e Salvador (-0,14%). Em 12 meses, o quilo do pão acumulou alta entre 14,47%, em Florianópolis, e 29,90%, em Salvador. Expectativa de menor produção nos EUA e dificuldade de escoar o trigo da Rússia, devido à guerra com a Ucrânia, elevaram os preços internacionais do cereal.

O preço do leite integral diminuiu em todas as capitais. As reduções oscilaram entre -11,50%, em Curitiba, e -1,01%, em Natal. Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou alta em todas as cidades, com taxa de até 71,83%, registrada em Recife. Maior oferta de leite no campo e menor demanda, pelos altos preços praticados, reduziram os valores médios no varejo.

[1] Fontes de consulta: Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP, Unifeijão, Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

O custo do quilo do feijão carioquinha diminuiu em todas as cidades onde o item é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Belo Horizonte e São Paulo), com taxas que variaram entre -7,69%, em Belo Horizonte, e -1,55%, em Fortaleza. Em 12 meses, todas as capitais registraram elevações, com destaque para Goiânia (27,48%) e Brasília (19,77%). O preço do feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro também foi menor entre setembro e outubro em todas as cidades, exceto em Vitória, onde não variou. As quedas oscilaram entre -3,99%, em Curitiba, e -1,23%, em Porto Alegre. Em 12 meses, os valores recuaram em todas as cidades, com destaque para Florianópolis (-19,34%) e Vitória (-18,00%). As altas cotações do feijão e a menor demanda resultaram em recuo do valor no varejo. 

O preço do óleo de soja diminuiu em 13 das 17 cidades. As quedas oscilaram entre -9,30%, em Belém, e -0,44%, em Salvador.  No Rio de Janeiro, o preço não variou e houve elevação em Natal (0,95%), João Pessoa (1,38%) e Aracaju (1,60%). Em 12 meses, o valor do produto subiu em 12 capitais, com destaque para São Paulo (10,00%) e Salvador (9,76%). As reduções mais importantes ocorreram em Belém (-5,61%) e Belo Horizonte (-3,35%). A baixa demanda, tanto externa quanto interna, acarretou a retração dos preços do óleo de soja no varejo.

O preço do açúcar diminuiu em 12 capitais, com destaque para os percentuais de Recife (-4,40%) e Florianópolis (-3,19%). Em Aracaju não houve variação. A maior alta ocorreu no Rio de Janeiro (0,93%). Em 12 meses, o açúcar acumulou elevações em 14 capitais, com destaque para as variações de Belém (22,06%) e Salvador (19,18%). As reduções no período foram registradas em Belo Horizonte (-2,64%), Florianópolis (-2,21%) e no Rio de Janeiro (-1,81%). A valorização externa do petróleo elevou o preço internacional do açúcar, uma vez que houve maior demanda de cana para a produção de etanol. No varejo, porém, esse aumento ainda não foi percebido em todas as capitais. 

São Paulo 

Em outubro de 2022, o preço da cesta básica da cidade de São Paulo apresentou variação positiva de 1,53% em relação a setembro. A cesta da capital paulista foi a segunda mais cara, com valor de R$ 762,20. Em comparação com outubro de 2021, a cesta aumentou 9,86%. Na variação acumulada ao longo do ano, a elevação foi de 10,38%.

De setembro para outubro, entre os 13 produtos que compõem a cesta básica, seis tiveram aumento nos preços médios, na comparação com o mês anterior: tomate (13,83%), batata (11,48%), banana (8,87%), farinha de trigo (1,59%), manteiga (0,98%) e pão francês (0,52%). Outros sete produtos apresentaram queda de preço: leite integral (-4,03%), óleo de soja (-3,68%), feijão carioquinha (-2,80%), café em pó (-1,67%), arroz agulhinha (-1,52%), carne bovina de primeira (-1,51%) e açúcar refinado (-0,24%).  

No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 11 dos 13 produtos da cesta: café em pó (51,28%), farinha de trigo (44,07%), leite integral (38,04%), banana (32,80%), batata (32,67%), pão francês (19,27%), manteiga (18,47%), feijão carioquinha (10,55%), óleo de soja (10,00%), açúcar refinado (4,08%) e carne bovina de primeira (0,66%). Apenas o tomate (-22,71%) e o arroz agulhinha (-2,75%) acumularam taxa negativa.   

Em outubro, o trabalhador de São Paulo, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.212,00, precisou trabalhar 138 horas e 21 minutos para adquirir a cesta básica. Em setembro de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 136 horas e 16 minutos, e, em outubro de 2021, de 138 horas e 46 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em outubro de 2022, 67,99% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Já em setembro, o percentual comprometido foi de 66,96% e, em outubro de 2021, de 68,19%.


Fonte - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) 



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