Há 90 dias os produtores de leite de Rondônia e do Rio Grande do Sul sofrem com a crise no setor leiteiro. Os preços caíram até 30% e o setor amarga com a perda do produto e o prejuízo às famílias. Em Rondônia, após a tentativa de negociação com as 60 empresas estaduais de laticínios, a alternativa foi fazer greve e manifestações de rua. De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado (Fetagro), Lázaro Dobri, cerca de 2,4 milhões de litros de leite são desperdiçados por dia. O dirigente afirma que existe em Rondônia a prática de cartel, que é a negociação e a fixação de preços abusivos pelas empresas que compram o produto. "Há uma cartelização dos laticínios com relação ao preço e à sonegação de imposto. Já denunciamos isso e a Assembléia Legislativa está abrindo uma CPI sobre o assunto", diz.No Rio Grande do Sul, os 100 mil produtores tiveram uma queda de R$ 0,20 no preço do litro de leite. Segundo o secretário de Finanças da Federação dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Amauri Miotto, o prejuízo é de R$ 1,4 milhão por dia. "Se projetarmos para o mês, serão R$ 43 milhões que deixam de circular na nossa economia com a baixa desse preço", afirma.
Os produtores gaúchos ainda não entraram em greve, mas o dirigente considera urgente a participação dos governos estadual e federal nas negociações. As empresas de laticínios do Rio Grande do Sul e de Rondônia alegam que há superoferta e que o mercado não tem como absorver a produção. As duas federações continuam em negociação para pôr fim ao impasse. FONTE: Danielle Santos, Agência Contag de Notícias