Foi realizada nesta terça-feira (4) a 1º reunião de 2008 da Secretaria Executiva da Confederação de Organizações de Produtores Familiares Campesinos e Indígenas do Mercosul Ampliado (Coprofam), na sede da Federação Agrária Argentina, em Buenos Aires.
O encontro tratou da problemática produzida pela concentração de terras nas mãos de grandes grupos. Em referência a esta situação, Alberto Broch, secretário executivo da Coprofam e vice-presidente da Contag, manifestou: "Queremos denunciar os grupos como "Los Grobo" que somente pensam em seguir enriquecendo às custas dos pequenos e médios produtores. Estamos em uma situação crítica já que vemos que se está afiançando o modelo de uma agricultura sem agricultores e por isso não descartamos realizar ações de protesto em nível regional. Este é um problema que afeta toda a América do Sul."
Em relação à próxima Reunião Especializada da Agricultura Familiar (REAF), em maio próximo, Alberto Broch declarou: "Levaremos à REAF nossa objetivo de que os representantes dos governos do Mercosul ampliado nos ouçam. Nossa idéia é sempre estabelecer um diálogo que acrescente, mas se não chegarmos a uma solução nestes conflitos nos veremos obrigados a mudar nossa forma de luta. É que vemos como se está concentrando a terra em poucas mãos, gerando uma agricultura de monocultivo, expulsão de produtores e uma estrangeirização que assusta."
Alberto Broch disse ainda: "Estamos pedindo a presença do Estado e do Mercosul através de marcos regulatórios que proíbam que se siga concentrando a terra em grandes grupos. Não queremos seguir vendo como se produz a massiva expulsão dos produtores de nossa região sem que os governos atuem para evitá-lo".
Participaram do encontro: Alberto Broch, representando a Contag, Rigoberto Turra Paredes, do Movimento Unitário de Campesinos e Etnias do Chile (MUCECH - Chile), Teresa Buzzalino, da Associação de Mulheres Rurais do Uruguai (AMRU) e Pedro Peretti, da Federação Agrária Argentina (FAA).
A Coprofam é composta por 12 organizações do Mercosul ampliado, composto por Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. A estas organizações se somam outras 125 de segundo Grau e 5 mil organizações de base, o que representa um total de 35 milhões de campesinos, indígenas e povos originários da região.