A COP 27|27ª edição da Conferência do Clima da ONU aconteceu num cenário de poucos avanços nas negociações. Mas é importante valorizar que os países presentes concordaram com a criação de um fundo de “perdas e danos” para ajudar os países vulneráveis a enfrentar os impactos do aquecimento global. Decisão discutida desde a primeira COP.
“Essa foi a decisão mais importante, porém, a falta de ambição para a redução de emissões de gases do efeito estufa, estratégia principal do combate as mudanças climáticas não avançou na negociação”, lamenta a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
Para o secretário-geral da ONU Antonio Guterres: “A COP27 deu um passo importante para a justiça em função da aprovação do fundo para perdas e danos”. E continua. “Mas claramente, isto não será suficiente para ter alguma esperança de manter o objetivo de 1,5°C, pois precisamos investir muito em energias renováveis e acabar com o nosso vício nos combustíveis fósseis”, pontua o representante da ONU.
Já a ministra das Relações Exteriores da Alemanha Annalena Baerbock falou da sua frustração em ver como as medidas de mitigação e a eliminação das energias fósseis que deveriam ter sido adotadas há muito tempo são bloqueadas por alguns grandes emissores e produtores de petróleo.
De fato a COP27 que deveria ter foco na contenção das mudanças climáticas, foi invadida e teve grande influência de representantes de grupos econômicos de combustíveis fósseis, dentre outros que são do capital predatório.
Outro assunto que ganhou bastante destaque na COP27 foi o fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis. Nesse contexto a agricultura familiar é peça chave nas discussões.
CONTAG presente!
A CONTAG esteve presente na COP27 através da secretária de Meio Ambiente Sandra Paula Bonetti e do assessor da pasta Raul Zoche. Assim como a CONTAG, inúmeras outras instituições marcaram presença na COP com o objetivo de mostrar as necessidades de sua representação, o seu papel no processo de resiliência em defesa do clima e do meio ambiente como um todo.
Para entender melhor a importância da CONTAG se fazer presente na COP27, é preciso destacar a crescente frequência e intensidade de eventos climáticos extremos que estão afetando a vida e os meios de subsistência de milhões de pessoas, em especial do(a) agricultor(a) familiar.
“O aumento da temperatura média global esta causando consequências alarmantes a vida na Terra, agravando as ameaças sociais, econômicas e ambientais. São necessárias ações urgentes para enfrentar a crise climática e fortalecer a implementação de uma resposta com o objetivo de criar um planeta resiliente”, pontua a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Paula Bonetti.
A COP é o mais importante evento mundial realizado sobre o tema mudanças climáticas. É na COP que os governos assumem compromissos públicos através da distribuição de metas, com principal objetivo de manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até 2100, como propõe o Acordo de Paris.
Para além das plenárias compostas, em geral, por chefes de estados, há sempre uma grande expectativa em relação ao papel de influência da sociedade civil nas definições governamentais, afinal de contas são as decisões na COP que vão ditar como cada sociedade vai contribuir nesse processo.
Nas organizações da sociedade civil brasileira, predominam as entidades ambientalistas, além de vários setores da agricultura, em especial organizações e as grandes empresas do agronegócio.
“Por um lado isso é bom, pois sabemos que a agricultura talvez seja o setor mais impactado com as mudanças climáticas, visto a grande influência do clima na produção agrícola. Por outro lado é extremamente preocupante que nós agricultores(as) familiares, os(as) mais vulneráveis no processo de mudanças climáticas não ocupemos esse espaço para garantir direitos e apresentar nossas particularidades e demandas.”, diz Sandra.
Desta forma, é imprescindível que a CONTAG com mais e mais organizações da sociedade sempre marquem presença nas COPs para apresentar a nível global as demandas dos territórios sobre como as mudanças climáticas afetam a sobrevivência da agricultora familiar e as vidas no planeta.
Fonte: Secretaria de Meio Ambiente da CONTAG