Comprometimento. Essa foi uma das definições que os coordenadores regionais deram ao comentar o desempenho das lideranças sindicais do campo durante as eleições deste ano. A busca por maior espaço nos debates políticos como forma de representar as demandas da categoria fez com que trabalhadoras e trabalhadores rurais participassem mais ativamente desse processo eleitoral, com número de candidaturas superior em relação ao pleito de 2006. E os bons resultados foram observados de Norte a Sul do País. “Só o fato de a gente ter bom número de trabalhadores e trabalhadoras rurais concorrendo às eleições, envolvidos no processo da campanha e debatendo, nós avaliamos que nessas eleições de 2010 tivemos um avanço muito grande do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras rurais”, firma a coordenadora da região Nordeste, Raimunda Damascena. A sindicalista aproveitou para lembrar a eleição de uma das maiores lideranças do movimento. “Aqui no Nordeste, quero destacar a eleição de Manoel dos Santos, a deputado estadual de Pernambuco, que é uma liderança para nós de maior grandeza e que mostra para o Nordeste e para o Brasil a força do campo”, endossa. Partindo do Nordeste em direção ao Norte, o coordenador desta região, Luiz Carlos Gomes de Lima, citou a eleição de dois candidatos do Pará e baixa nas candidaturas dos demais estados. Mas, ainda assim, o sindicalista considera o resultado uma grande vitória para o processo de amadurecimento das bases. “A região demonstrou para as lideranças do movimento que a gente está num processo de reafirmação e de conscientização das nossas bases, mas, ainda assim estamos conseguindo bons resultados”. Sob a coordenação da região Sul, a companheira Maria das Graças falou do empenho pela causa e parabenizou os trabalhadores e trabalhadoras rurais, protagonistas da democracia. “A avaliação que fazemos é que a luta é grande e precisamos que todo o movimento sindical se insira no processo porque, no nosso caso, as nossas campanhas são feitas por amor à camisa e por uma luta que a gente entende que é necessária”, defendeu. Coordenador da região Centro-Oeste, Elias D’Ângelo, também destacou a articulação das federações e sindicatos para garantia de mais espaço político. “A participação do movimento sindical na política partidária era uma coisa que até pouco tempo não existia. Não conseguimos eleger candidatos orgânicos na nossa regional, mas conseguimos a participação dos sindicatos e dos trabalhadores no processo das eleições como um todo, além de termos tido a eleição de companheiros ligados a nós”, comemorou D’Ângelo. “Se a gente quiser crescer, ir para o embate, fazer o nosso projeto alternativo se consolidar a gente tem que fazer deputados federais, constituir política de prefeitos, se possível, de senadores e governadores que estejam afinados com a gente. E aí podem ser orgânicos do movimento sindical ou os companheiros que tenham realmente compromisso com nosso movimento porque se tiverem compromisso conosco têm compromisso com nosso projeto alternativo”, acrescentou o coordenador da região Sudeste, Pedro Ribeiro. FONTE: Danielle Santos, Agência Contag de Notícias