O Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) já pode comemorar a vitória da democracia brasileira: com 56,05%, Dilma Rousseff (PT) foi escolhida presidente do Brasil. O resultado do pleito tem valor especial para os trabalhadores e as trabalhadoras rurais que se empenharam em suas bases para fortalecer, a cada dia, a campanha da candidata petista. Ela ganhou em todos os estados da região Nordeste (Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte), dois estados do Sudeste (Minas Gerais e Rio de Janeiro), três do Norte, (Pará, Amapá e Amazonas), um no Centro-Oeste (Tocantins), além do Distrito Federal. Ao todo, foram 55,752 milhões de votos. Para o presidente da Contag, Alberto Broch, o resultado nas urnas expressa o desejo do povo em dar continuidade às políticas existentes no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós acreditamos que com o projeto que a Dilma defendia e com os debates políticos, frente a frente, na comparação dos demais, o povo percebeu a diferença e marcou opinião expressada em cerca de 12% de votos a mais do que o candidato concorrente. Isso significa, no nosso entendimento, o desejo de continuidade de um projeto político que já vem sendo construído e que nós esperamos que possa ser aperfeiçoado, avançando ainda mais em favor dos pobres, dos trabalhadores e fortalecendo a agricultura familiar”, disse. Para Broch, a mobilização dos sindicatos e das centrais sindicais foi de extrema importância para que, na reta final do segundo turno, a candidata apoiada tivesse essa diferença percentual em relação ao seu opositor. “O movimento sindical brasileiro coordenado pela Contag teve papel preponderante. Na sua grande maioria, os trabalhadores e as trabalhadoras rurais assumiram essa bandeira, foram às ruas. Foi um momento no qual a sociedade organizada, por meio de seus sindicatos e de suas centrais, teve seu papel decisivo, engajado, especialmente no meio rural brasileiro, nas pequenas e médias cidades, nos assentamentos, assumiu essa luta”. O sindicalista afirma ainda que, passado o processo de engajamento político, as bases focarão na atividade sindical. “Esperamos agora que nossas propostas possam ser incluídas, de alguma forma, na agenda do governo, da sociedade brasileira”, endossa. Ineditismo – Esta é a primeira vez que o Brasil será governado por uma mulher. Na América Latina, países como Argentina, Chile, Costa Rica, Bolívia, Equador, Nicarágua e Panamá já tiveram uma mulher sob o comando político. A secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, avalia o ineditismo como uma conquista que deve ficar na memória do povo brasileiro. “Me sinto absolutamente feliz de fazer parte dessa geração neste momento da história do Brasil, que é histórico e que eu só posso dizer que é resultado da ousadia da classe trabalhadora. Primeiro é um operário, e agora uma mulher como presidente da República. Para nós, é de uma grandeza, de uma alegria enorme e de uma certeza de que vamos dar passos significativos na luta das mulheres para construir um país mais igual, mais democrático, como quer a nossa presidente’’, completa. FONTE: Danielle Santos, Agência Contag de Notícias