Passados 40 dias da Marcha das Margaridas 2007, as coordenadoras de mulheres dos estados e as parceiras estão reunidas na sede da Contag, em Brasília, desde o dia 29 de setembro, com a Coordenação Nacional de Mulheres para avaliar o resultado da mobilização e definir como será a negociação com o governo.
"Fizemos uma avaliação política e positiva daquilo que passou, da tomada de poder das mulheres durante todo esse processo, e pontuamos quais os próximos desafios", disse a coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres da Contag e vice-presidente da CUT, Carmen Foro. "Negociaremos com o governo a curto, médio e longo prazo". As mulheres já começaram as ações em curto prazo. Elas querem saber quando e como serão concretizadas as respostas que o governo deu à pauta de reivindicações durante a marcha.
"Não basta apenas dizer que se preocupam com a mulher do campo. Precisamos saber qual o comprometimento do governo, quando e como serão executadas as políticas públicas para a mulher rural", disse Carmen. Esta semana, ela e uma comissão de cerca de 20 coordenadoras estaduais foram ao ministério da Saúde e do Trabalho. Semana que vem está prevista uma reunião entre a Comissão de Mulheres e a Secretaria da Presidência da República, órgão responsável pela articulação da pauta com o governo.
"A médio e longo prazo vamos construir jornadas das margaridas nos municípios e estados até agosto do ano que vem", informou Carmen Foro. Um dos desafios é manter o debate aquecido em diferentes regiões do país e negociar a nível municipal e estadual também. "Políticas públicas não se debate só no governo federal", disse a coordenadora de mulheres. "Vamos monitorar essa pauta, em todas as instâncias governamentais com os 109 pontos daqui até 2010, quando faremos a próxima marcha."
Emmanuelle Nunes