O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus ao fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão (conhecido como Taradão), o assassino da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005, em Anapú, no Pará. Ele havia sido condenado pelo Tribunal do Júri, em Belém, a 30 anos de prisão por este crime. A decisão de deixá-lo solto é do ministro do STF Marco Aurélio Mello.
Esta decisão incentiva a impunidade no país e menospreza os direitos humanos, como uma conseqüência do caos fundiário que existe no Brasil, que somado ao fortalecimento do agronegócio, produz a situação de insegurança e violência em que vivem as populações do campo e da floresta. Os dirigentes sindicais e as lideranças que levantam a bandeira da reforma agrária e do meio ambiente são duramente perseguidas, agredidas e, em muitos casos, assassinadas.
O secretário de Política Agrária da CONTAG, Willian Clementino, se diz revoltado com a decisão do ministro Marco Aurélio e, também, preocupado com a sensação de insegurança e violência no campo, resultante da impunidade. “O Judiciário é rápido para mandar cumprir as liminares de despejo que favorecem os fazendeiros, mas cria todo o tipo de dificuldades para não julgar ou punir aqueles que cometem crimes contra quem luta para garantir vida digna e direitos aos trabalhadores e trabalhadoras rurais”. Exigimos justiça para Dorothy e para todos os mártires da terra!
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi