Nesta manhã (21), o ministro de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, recebeu os diretores e diretoras da CONTAG para uma audiência, ocorrida na sede do ministério. Reuniões como essa, segundo o ministro, fazem parte da estratégia da nova gestão de manter um diálogo estreito com os movimentos sociais do campo. No momento, a CONTAG levou as questões mais essenciais para a agricultura familiar brasileira no momento e que precisam de um olhar cuidadoso do MDA, e comunicou as ações de massa planejadas para 2015.
Para situar o ministro, que assumiu o cargo recentemente, o presidente da CONTAG, Alberto Broch, começou a reunião com um breve histórico da entidade e suas conquistas e protagonismo no desenvolvimento do campo brasileiro ao longo dos anos, sendo uma delas a própria criação do MDA para atendimento da agricultura familiar do país.
Em seguida, Alberto introduziu os principais temas que devem ser foco do trabalho do ministério esse ano. “Entendemos como grande necessidade o fortalecimento desse ministério, para que ele dê conta de três grandes diretrizes”, iniciou ele. As diretrizes apontadas giram em torno da organização da produção, assistência técnica e política agrária com foco na esperada reforma agrária. Fez-se um breve balanço da situação de algumas políticas, ao que foi apontado problemas operacionais que precisam ser resolvidos o quanto antes, como a questão da administração da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER) e as dificuldades de andamento do crédito fundiário. “A CONTAG lutou muito pelo crédito fundiário. Ele está totalmente parado e estamos com problemas sérios, o que faz a resolução dessa questão uma grande prioridade”, afirmou.
Os demais diretores(as) também contribuíram com mais demandas pontuais que fazem parte da luta da CONTAG. A secretária de Mulheres, Alessandra Lunas, lembrou ao ministro da 5ª Marcha das Margaridas este ano, e de alguns pontos de pauta que serão trazidos nesta edição, como a necessidade de implementação dos quintais produtivos. A necessidade de atenção às comunidades prejudicadas pelas obras do PAC também foi um tema levantado pela dirigente.
Já Willlian Clementino, vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, ressaltou a importância de articulação com outros órgãos governamentais ligados à agricultura familiar para um trabalho mais completo, além da contratação de equipes para o Ministério que tenham compreensão sobre o tema. “O MDA precisa de pessoas com convicção para mudarem a configuração do cenário agrário e agrícola brasileiro”, afirmou.
A atenção à juventude rural também foi lembrada pelo secretário de Administração e Finanças, Aristides Santos, que abordou o êxodo do campo por parte dos jovens e destacou também os problemas provocados pela seca do Nordeste, que atualmente não estão sendo amparados por programas de crédito. Para finalizar a pauta de demandas, o secretário de Assalariados(as) Rurais, Elias D’Ângelo, bateu novamente na tecla da reforma agrária, destacando que as superintendências do Incra nas regiões devem dialogar mais com as FETAGs para entenderem melhor a situação de cada região.
O ministro Patrus mostrou-se interessado em ouvir as demandas, e fez anotações durante toda a reunião. Ao final, comentou que há convergência entre as propostas e as intenções do MDA nesta nova gestão. “Há uma concordância com tudo o que vocês disseram. Queremos agir concretamente, mas também temos que disputar na sociedade o que queremos. Muito o que queremos aqui depende da sensibilização de outros setores, mas vamos somar as forças politicas”, afirmou. Ao final, a CONTAG entregou a Patrus a pauta com as diretrizes propostas, que já foi entregue diretamente à presidenta Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral.
Além dos diretores(as) já citados, participaram Antoninho Rovaris (Meio Ambiente), Dorenice Flor da Cruz (Secretaria Geral), Juraci Souto (Formação e Organização Sindical) e David Wylkerson (Política Agrícola.
FONTE: Imprensa CONTAG - Gabriella Avila