Representantes da Central Geral do Trabalho (CGT), entidade sindical da França, visitaram na tarde de ontem (6) a sede da Contag. O secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, com Phillipe Texier e Helen Bouneaud, membro executivo e diretora do Departamento Internacional da Central, respectivamente, queriam conhecer a forma de atuação da Contag no País.
Os franceses foram recebidos pela coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação e vice-presidente da CUT, Carmem Foro.Também participaram da recepção o secretário de Política Agrária e Meio Ambiente, Paulo Caralo, e a coordenadora da Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores Rurais, Elenice Anastácio.
No Brasil a convite da Central Única dos Trabalhadores (CUT), os sindicalistas franceses participaram no último dia 5 da Marcha da Classe Trabalhadora e, ao lado da comissão formada pelas Centrais Sindicais, participaram da audiência com o presidente Lula que marcou a entrega das reivindicações da Marcha.
Bernard Thibault explicou que o objetivo da visita é fazer uma aproximação com as centrais sindicais brasileiras e discutir parcerias e ações nos dois países. Em relação ao campo brasileiro, os europeus queriam ter informações sobre as relações de trabalho e o impacto da atuação das empresas multinacionais do setor de alimentos na agricultura brasileira. "Nós temos informações sobre a Contag e já conhecemos parte do trabalho que a Confederação faz no País, mas queremos estreitar mais o relacionamento", disse Thibault.
Carmem Foro e os demais diretores apresentaram um panorama geral da atuação da Contag, da atual conjuntura política no Brasil e seu impacto na vida da agricultura familiar. Foro falou sobre os recentes avanços obtidos no campo e sobre questões ainda pendentes para trabalhadores e trabalhadoras rurais, como a reforma agrária, Previdência Social e a ampliação daspolíticas públicas de saúde, educação, lazer e cultura.
Como exemplo de colaboração que os sindicalistas franceses podem ter com a Contag, foi sugerida a divulgação na Europa da Lista Suja, preparada pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), da qual a Confederação participa. A lista se refere às empresas e empregadores que não respeitam questões trabalhistas e onde foram verificadas condições de trabalho análogas à escravidão. Os representantes da CGT Francesa prometeram colaborar nessa divulgação.
Para Carmem Foro, a conversa com a CGT abre a possibilidade de debates reais e parcerias sólidas para o futuro. "Vamos fazer um debate com a direção da Contag e acertar melhor que áreas podemos fazer uma ação articulada, um intercâmbio melhor entre o Brasil e a França", disse.
A Central Geral do Trabalho da França foi criada em 1895. Foi a primeira confederação de sindicatos do País, possui 700 mil filiados e, embora não tenha um número tão grande de sindicalizados como CUT e Contag, é uma das fortes entidades da Europa em termos de mobilização de trabalhadores.
Ciléia PontesAgência Contag de Notícias