O Dia Internacional de Luta pela Terra é celebrado anualmente em 17 de abril, data que ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás. Há 22 anos, 19 trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MST foram covardemente assassinados pela Polícia Militar do Pará. Outros dois morreram nos dias seguintes em decorrência de complicações dos tiros tomados e 67 ficaram feridos. E, até hoje, esse crime está impune.
Na última segunda-feira (23), foi realizada uma sessão solene, de iniciativa do líder do PT na Câmara Legislativa do DF, deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), em celebração ao Dia Internacional de Luta pela Terra e de denúncia à impunidade de crimes como o Massacre de Eldorado dos Carajás e, também, do aumento da violência no campo.
Esse aumento da violência no campo desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi destacado pelo secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias Borges, que participou da solenidade. O dirigente apresentou os dados divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre as mortes em conflitos no campo no Brasil em 2017 – o maior número desde o ano de 2003, com 70 assassinatos. Um aumento de 15% em relação ao número de 2016. “Desde que Lula assumiu em 2003, a violência no campo vinha diminuindo. Após o golpe, vemos essa escalada assustadora da violência, e com registros de massacres. A mídia tenta criminalizar a luta da reforma agrária, mostrando que a violência parte dos trabalhadores, mas não temos conhecimento de nenhum fazendeiro morto ou agredido. Pelo contrário, os trabalhadores que são assassinados, presos e humilhados”, denuncia Elias.
O secretário da CONTAG disse, ainda, que “todo projeto de assentamento é fruto da luta e resistência de trabalhadores e trabalhadoras acampados(as). Não conheço nenhum que não tenha sido dessa forma”.
Durante a solenidade, o deputado distrital Chico Vigilante também defendeu a luta pela terra e de fortalecimento da agricultura familiar. “É preciso que a sociedade brasileira conheça quem são os Sem-Terra, que produzem alimentos de qualidade e sem agrotóxicos. São trabalhadores que têm a vocação agrícola, vêm para a terra e produzem o alimento dos brasileiros”, destaca o distrital. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi