Alberto Broch chama atenção da sociedade para importância da agricultura familiar O presidente da Contag, Alberto Broch, defendeu, nesta quarta-feira (4), durante o colóquio Agricultura para o Novo Ciclo de Desenvolvimento, que é preciso debater com a sociedade a importância da agricultura familiar e que meio rural “e agricultura nós queremos para o futuro”. O dirigente se reuniu no Ministério do Planejamento com membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O colóquio integra a Agenda Para o Novo Ciclo de Desenvolvimento – uma série de debates de temas nacionais que o CDES vem realizando em todo o País. Os debates foram abertos pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, e coordenado pelo diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Participaram do evento os ministros Wagner Rossi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Márcia Lopez (Desenvolvimento Social). Os debatedores foram o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e ex-ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, e o presidente da Contag, Alberto Broch. Para o presidente da Contag, mais de 70% dos municípios brasileiros têm calcado sua economia basicamente na agricultura familiar. Alberto Broch t-ratou de temas como orçamento para a agricultura familiar, sucessão rural, assalariados rurais e concentração de terras. Veja alguns trechos: Orçamento “São apenas de R$ 16 bilhões para a agricultura familiar. Nós gostaríamos de chegar à metade do orçamento que o Ministério da Agricultura. Dos R$ 100 bilhões que eles têm, se nós tivéssemos metade desse valor, o que nós poderíamos desenvolver neste Brasil?”. Gente no campo “Nós precisamos criar um país agrícola, mas pensar com o ser rural, o sujeito rural, que vai além das questões agrícolas. Precisamos pensar o aumento de produtividade ligado ao processo de soberania e de segurança alimentar, de políticas públicas para o campo, de desenvolvimento, de educação. Pensar o que nós queremos para a agricultura nos próximos 15, 20, 30 anos. Nós queremos uma agricultura com gente, com comunidades fortes, com desenvolvimento, com cultura, ou um país que pode até produzir alimentos, mas sem gente no campo?” Sucessão rural “O tema sucessão rural interessa não somente a nossa juventude, mas a toda a sociedade. É um tema tão sensível porque não são todos que querem permanecer no campo brasileiro se não tiverem políticas adequadas de desenvolvimento, se não pensarmos em educação e saúde. Como discutir sucessão rural se ainda nos envergonha ter quase três milhões de analfabetos no campo. Então o tema do desenvolvimento rural, do papel da agricultura, da sustentabilidade precisa levar em consideração temas com este, porque são estratégicos para o País”. Soberania alimentar “Nós queremos um país igual, soberano, que possa alimentar o mundo, sua população, e se orgulhar da suas políticas públicas, adequar cada vez mais a questão da sustentabilidade ambiental com a sustentabilidade econômica, social e alimentar”. Assalariados rurais “Existem cinco milhões de assalariados que fazem esse agronegócio e muitas vezes esquecemos dessa gente. São menos de 40% que têm carteira assinada e esse é um debate que a gente precisa aliar nesse contexto do desenvolvimento sustentável e dos vários modelos de agricultura e das políticas públicas”. Concentração de terras “Somos um dos países mais injustos na distribuição de terras. Não podemos colocar esse tema como se fosse dos outros, dos sem-terras. É um problema nosso, e a gente precisa encontrar uma forma mais igual, e fazer que esses índices, que ainda envergonham o nosso Brasil, da grande concentração de terras, sejam resolvidos para aqueles que querem de fato trabalhar e sustentar o desenvolvimento rural do nosso País”. FONTE: Gil Maranhão, Agência Contag de Notícias