A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) mantém o apoio às mobilizações dos trabalhadores caminhoneiros e petroleiros por entender e concordar com a pauta da categoria que é contrária à política de preços dos combustíveis e que está tornando insustentável produzir e trabalhar no Brasil.
Os agricultores e agricultoras familiares estão solidários a essa luta dos trabalhadores caminhoneiros e não das empresas e qualquer outro interesse de caráter político e econômico que esteja por trás dessas mobilizações.
A proporção do trancamento das estradas e a demora do governo em encontrar uma saída negociada com os representantes da categoria estão causando transtornos e prejuízos à população e aos serviços essenciais, como atendimento nos hospitais, funcionamento de escolas, por exemplo. A incompetência e a falta de confiança do governo são responsáveis por este caos instalado em todo o País.
A CONTAG entende que o comando do movimento deveria desobstruir a passagem de caminhões com produtos dos agricultores e agricultoras familiares, onde for o caso, além de insumos e rações para que a indústria possa retomar a produção.
Depois de dez dias de paralisações, são enormes os prejuízos para a agricultura familiar, a exemplo do Rio Grande do Sul e do Paraná, cujas Federações divulgaram notas sobre a situação. Segundo a FETAG-RS, no estado são mais de 100 mil famílias, que produzem leite, suínos, aves e hortifrutigranjeiros que estão perdendo toda a produção. No Paraná, os mesmos setores são os mais atingidos.
A CONTAG também está solidária à pauta dos trabalhadores petroleiros pela redução do preço do gás de cozinha e do combustível. O povo brasileiro está indignado com o alto custo de vida, o valor do gás e do combustível, que já foi reajustado mais de duzentas vezes em dois anos e exige respostas imediatas.
Esses sucessivos aumentos dos combustíveis estão impactando negativamente no preço dos produtos da agricultura familiar brasileira e no aumento do custo de produção dos alimentos.
Tudo o que está acontecendo é resultado da nova política de preços da Petrobras baseada nas oscilações do barril de petróleo importado de outros países. O governo ilegítimo de Michel Temer reduziu a operação das refinarias brasileiras e isso fez com que o Brasil passasse a importar cerca de 25% de todos os derivados do petróleo, sem necessidade. Essa medida está impactando diretamente no preço do gás de cozinha, gasolina e todos os produtos que dependem de transporte ou que sejam produzidos a partir dos derivados.
Essa política de preços implantada por Michel Temer e pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, utiliza de mecanismos do capital privado visando apenas o lucro, despreza os interesses do povo brasileiro e prejudica quem produz, transporta e consome os alimentos que são distribuídos em todo o País. FONTE: Direção da CONTAG