O segundo dia do Seminário Nacional sobre o impacto da expansão do setor sucroalcooleiro no trabalho dos assalariados e assalariadas rurais teve a participação da delegada regional do Trabalho do Estado do Piauí, Paula Masullo que explicou sobre os perigos da migração de trabalhadores rurais. Segundo ela, este ano mais de 50 mil nordestinos migraram para a região Centro-Sul do Brasil (São Paulo, Minas Gerais e Goiás). O evento acontece na Contag em Brasília.
"O crescimento das energias alternativas devem estar casadas com a dignidade do trabalhador, por isso, estamos atentos para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados", declarou Paula Masullo. Outro dado apresentado por ela é de que nos últimos dois anos 50% dos trabalhadores deixaram a agricultura familiar para atuar na atividade da cana o que também demonstra o crescimento do setor.
Os cerca de 80 representantes de federações e sindicatos presentes fizeram perguntas e levantaram dúvidas sobre a estrutura técnica das Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), sugeriram melhoras como a implantação de palestras e investimento em equipamentos e ainda apontaram dificuldades como a criação de parcerias junto às DRT's.
Grupos - O secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da Contag, Antônio Lucas Filho relatou aos participantes sobre o andamento dos dois Grupos de Trabalho (GT) criados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um para estudar o trabalho por produção e outro que discute políticas públicas para os assalariados como o seguro desemprego e a previdência social. "Precisamos apresentar propostas até o dia 8 de agosto ao Ministério", explicou Antônio.
No período da tarde os participantes se dividiram em quatro grupos e definiram propostas envolvendo as políticas públicas e a ação sindical para os assalariados e assalariadas rurais se protegerem da expansão do setor sucroalcooleiro. Os encaminhamentos serão selecionados e incluídos no documento de conclusão do seminário.
Fonte: Vanessa Montenegro