A CONTAG vem discutindo com as regiões a inserção dos agricultores e agricultoras familiares no sistema de integração e a organização das cadeias produtivas para fortalecer a agricultura familiar brasileira, buscando organizar melhor, obter mais renda, estabilidade para as famílias e, consequentemente, a sua permanência no campo.
Para discutir essa questão com os(as) dirigentes, assessores(as), técnicos em agropecuária, profissionais de Ater, entre outros parceiros, a CONTAG vem realizando a Capacitação sobre Integrados e Cadeias Produtivas Prioritárias em âmbito regional. No início dessa semana, a Região Centro-Oeste esteve reunida. “Tivemos uma boa receptividade dos estados com a nossa proposta de encamparmos a discussão sobre a nossa estratégia de atuação na integração, seja como movimento sindical ou no incentivo aos agricultores familiares a trabalharem nesta modalidade; bem como procurarmos ter melhor participação nos processos organizativos das cadeias produtivas”, explica o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Antoninho Rovaris.
Segundo o dirigente, saíram alguns indicativos quanto às prioridades da região e houve intenção de todas as Federações de fazer uma discussão interna sobre essas questões. “A CONTAG se colocou à disposição para contribuir no sentido de haver maior abrangência e diluição da ideia de mudança da postura do movimento sindical na organização da agricultura familiar brasileira”, disse Rovaris.
Faltam mais duas capacitações regionais – Sul e Nordeste, que serão realizadas nos próximos dias. Dias 26 e 27 de outubro em Recife/PE e 22 e 23 de novembro em Florianópolis/SC. A expectativa da Secretaria de Política Agrícola da CONTAG é, quando finalizar todas as regionais, ter uma proposta unificada a ser apresentada na reunião do Coletivo de novembro desse ano para, em 2018, desencadear uma estratégia conjunta de participação e, principalmente, de organização da agricultura familiar na integração e nas cadeias produtivas.
“A CONTAG tem um termo de cooperação com a Embrapa e outro com a Unicafes, que nos dará, possivelmente, um suporte maior com relação às discussões e à implantação de novas tecnologias e no processo organizativo junto às cooperativas, na assistência técnica, na organização da produção de todo esse processo que estamos iniciando”, informa Rovaris.
O secretário explica que a atual legislação que regula os processos de integração prevê a participação de representação dos integrados e da entidade representativa nesses espaços, tanto no âmbito nacional com o Fórum (Foniagro), quanto no âmbito de cada planta produtiva (Cadec). A outra questão diz respeito à importância de organizar cadeias produtivas visando que os agricultores e agricultoras familiares estejam protegidos sobre o ponto de vista de um contrato, de regras pré-estabelecidas, com uma boa assistência técnica, com fornecimento de insumos seguros e, obviamente, com preço justo e o compromisso de entrega dos produtos com certa constância e com contratos com períodos mais longos, de três ou cinco anos, por exemplo. “Isso criaria certa estabilidade no meio rural e que poderia ser, talvez, um modelo a ser perseguido principalmente por regiões onde o processo organizativo dos agricultores ainda é muito precário e precisa de incentivos para essa organização”, defende.
Rovaris acredita, ainda, que essa forma de organização prepararia a agricultura familiar e sua representação sindical a disputar melhor o orçamento público. “Se tivermos cadeias organizadas, a agricultura familiar como um todo organizada, os recursos disponíveis atualmente para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para as compras governamentais, que estão na ordem de mais de R$ 4 bilhões, poderiam, com certeza, ser absorvidos por esta agricultura familiar organizada e, consequentemente, teríamos o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e outros programas como incentivo para a continuidade dessas famílias no meio rural”, enfatiza o dirigente da CONTAG. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi