Em reunião para discutir o Programa Nacional de Biodiesel (PNB), a Contag, por meio do secretário de Política Agrícola, Antoninho Rovaris, defendeu uma maior diversificação no uso de culturas oleaginosas no programa. O encontro ocorreu na tarde dessa segunda-feira, 9, no Palácio do Planalto e foi coordenado pela Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel. Atualmente são produzidos 2,5 bilhões de litros de biodiesel por ano. Participam diretamente produção 59 cooperativas e mais de 100 mil agricultores familiares. Segundo Rovaris, apesar de todo esforço do governo de disseminar o programa, há erros de logística que precisam ser sanados. “A agricultura familiar não pode restringir-se apenas na produção de matérias-primas. Pensamos que a produção familiar deve chegar, pelo menos, até a fase de extração de óleo vegetal”, analisou o secretário. Rovaris reconheceu que o Programa Nacional de Biodiesel não foi concebido para resolver os problemas de agricultura familiar, mas também está longe de salvar a agricultura brasileira. “A expectativa criada com o PNB não está sendo correspondida. Há, mesmo que sem intenção, um incentivo à monocultura de soja”, criticou Rovaris para logo depois dar a solução pensada e defendida pela Contag. “Tem que haver maiores mecanismos para a produção de outras oleaginosas, como a mamona, a palma e o milho. A nova proposta de mistura para o biodiesel comprometerá 90% da soja brasileira. A lógica seria aumentar o percentual de óleo, só que variando as matérias primas”, finalizou. A reunião que, segundo Rodrigo Augusto Rodrigues, coordenador da comissão do assunto, visou identificar e discutir medidas que ampliem a abrangência do PNB, contou com a presença de 14 ministérios, além da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Contag e outros órgãos defensores da agricultura familiar. FONTE: Agência Contag de Notícias - João Paulo Biage